1. APRESENTAÇÃO
Rondon do Pará é um Município situado
na área denominada como “arco do desflorestamento”, onde estão localizados os
municípios responsáveis por 70% do desmatamento da Amazônia nos anos 2000-2001.
É uma expressão do modelo desordenado de ocupação da Amazônia, com a economia
em declínio por conta da “migração” da indústria madeireira para outras
regiões, por conta da escassez de recursos florestais, uma vez que mais de 80%
de seu território está alterado, uma população predominantemente jovem (66% tem
menos de 29 anos de idade) e com um grande índices de migração ilegal para os
Estados Unidos.
Quando o processo da Agenda 21 Local
se iniciou, no final de 2003, por iniciativa do poder público e da própria
comunidade para implantar um programa de desenvolvimento sustentável, o desafio
era deixar de contemplar passivamente o passado, tão recente e tão dramático, e
voltar-se para o futuro, construindo alternativas para um novo padrão de
desenvolvimento humano e social.
O processo da Agenda 21 Local
possibilitou o exercício do protagonismo local, movendo a comunidade a contemplar-se
a si mesma como detentora de talentos, de recursos e da capacidade de superar
as dificuldades e construir seu futuro. A integração dos processos da Agenda 21
com a elaboração do Plano Diretor Municipal deu consistência à forma de
superação desses desafios, pois além de ter como produto um “plano estratégico
de desenvolvimento sustentável”, também foram criados os instrumentos para
execução desse plano.
Foram mais de 35 reuniões temáticas,
oficinas, seminários e audiências públicas realizadas, envolvendo mais de 4.000
participantes, o maior processo participativo de deliberação sobre políticas
públicas nos 24 anos de emancipação e 36 anos de vida do município, o que
corresponde a 10% da população participando diretamente do processo.
A Agenda 21 Local já trouxe frutos
positivos a partir da identificação das vocações e vetores para o
desenvolvimento local, com foco nos arranjos produtivos locais do leite e
derivados e dos móveis e artefatos de madeira. Para dar suporte a essas
iniciativas, foi conquistada a implantação de uma unidade do SEBRAE, uma antiga
aspiração da comunidade; de Programa de Microcrédito para pequenos
empreendedores; gestado um programa local de capacitação e qualificação de
empreendedores e agentes sociais; a articulação dos municípios da região
através do CIDES - Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável dos
Municípios da BR-222 - uma iniciativa inédita dos prefeitos da região,
estimulados pelos princípios da Agenda 21; além da estruturação da gestão
ambiental municipalizada da implantação de agência do Banco da Amazônia.
Os desafios da comunidade são grandes,
e o principal deles é não reproduzir os erros do passado, romper com a noção de
“progresso” tão cultuada nos rincões colonizados da Amazônia e pensar que as
gerações futuras têm o mesmo direito que as atuais ao uso dos recursos
naturais. Um futuro sustentável, daí a possibilidade da crença e da afirmação
de que o futuro está em Rondon do Pará.
2. O
CONTEXTO LOCAL
Rondon do
Pará é um Município novo. Emancipado em maio de 1982, o município é produto do
modelo desordenado de ocupação da Amazônia nas décadas de 60-70, uma vez que os
primeiro migrantes vindos do sudeste e do nordeste chegaram nesta região no
final dos anos 60 quando as estradas estavam sendo abertas e a Belém-Brasília
asfaltada. Resultante de um processo migratório intenso e de exploração
predatória dos recursos naturais, o município que em 1986 possuía 27,8% da
cobertura vegetal de sua área inalterada, hoje possui menos de 20% de sua área
inalterada, figurando na lista dos Municípios que mais contribuíram com
desmatamento da Amazônia, localizando-se na área denominada de Arco do
Desflorestamento, onde estão situados os municípios responsáveis por 70% do
desmatamento ocorrido no período de 2000-2001 na Amazônia (Fonte: MMA/SCA/SPRN,
2003).
Com uma
extensão territorial de 8.241.10 km2, o município está localizado na
mesorregião Sudeste paraense 06 e microrregião Paragominas 017, tendo como
coordenadas geográficas 04º46’34” de Latitude Sul e 48º04’02” de Longitude
Oeste de Greenwich, limitando-se ao norte com os municípios de Moju, São
Domingos do Capim, Paragominas e Dom Eliseu; ao sul com Abel Figueiredo, Bom
Jesus do Tocantins e Marabá; à leste com Dom Eliseu e Estado do Maranhão; e a oeste
com Jacundá, Goianésia e Moju. A sede municipal dista 532km da capital do
Estado e 136km de Marabá, principal pólo econômico da mesorregião, com o acesso
se dando principalmente pela BR-222, rodovia federal totalmente asfaltada, que
interliga a rodovia Belém-Brasília à rodovia Transamazônica, cortando o sul
Município.
A
população do Município, de 47.776 habitantes, é constituída por 51% de homens e
49% de mulheres, dos quais 72% habitam na zona urbana e 28% na zona rural, com
um perfil etário preponderantemente juvenil, pois 41% têm até 19 anos de idade
e se acrescentarmos a faixa etária de até 29 anos de idade, chegaremos ao
percentual de 62% da população (IBGE, 2009). A taxa anual de crescimento populacional está situada em
3,14%, com a maioria da população residindo na zona urbana, 75,39%, distribuída
em 10.670 domicílios; e 24,61% residindo na zona rural (IBGE, 2005). A
densidade populacional é de 5,50 habitantes/km2.
A Agenda
21 Brasileira ao diagnosticar o tamanho do desafio que representa construir a
sustentabilidade na gestão dos recursos naturais na Amazônia, afirma que é na
região amazônica “onde a sustentabilidade enfrenta as contradições entre
conservação e uso sustentável da biodiversidade, expansão da fronteira
agrícola, desmatamento, migrações desordenadas e reforma agrária, em meio à
multiplicidade de atores engajados” (Agenda 21 Brasileira – Bases para a
discussão, pp. 17-21). É exatamente essa descrição do ‘contexto amazônico’ que
representa a configuração social, política, cultural e econômica do município
de Rondon do Pará.
O IDH-M de
Rondon, em 1991 estava em 0,615 tendo aumentado para 0,690 em 2000. Índices
inferiores à taxa estadual, que estava em 0,663 e 0,720 nos anos respectivos. O
município ocupava o 43º lugar no ranking estadual em 1991, tendo caído
para a 55ª posição em 2000. Os dados do ano 2000 apontam para uma taxa de 79%
de alfabetização de adultos; 71,38% de frequência escolar; 66,78 anos de
esperança de vida ao nascer; e índices de 0,700 de longevidade, 0,740 de
educação e de 0,620 de renda, com R$ 156,81 de renda per capta. Já o PIB per
capta do Município teve uma pequena oscilação positiva passando da 42a
posição em 1999 para a 31a em 2002 e nova queda passado para a 39a
posição em 2004, com o valor de R$ 5.269,09 entre os 143 Municípios do Estado
do Pará.
Essa perda
de poder aquisitivo da população e a diminuição de sua renda per capta são
contrastantes com todos os investimentos sociais feitos pelo Poder Público nos
últimos anos, que geraram a melhoria dos índices sociais e educacionais que
compõem o IDH e o IDH-M.
Semelhante aos dados da Amazônia como
um todo, apesar da melhoria gradativa no IDH, as condições gerais de pobreza
ainda prevalecem. Nos índices educacionais revelam-se os contrastes: enquanto a
taxa de alfabetização de adultos acompanha a média nacional, o número médio de
anos em estudo revela-se abaixo da média nacional, demonstrando a fragilidade
do capital humano em nossa região (Fonte: SUDAM/PNUD – Diagnóstico e
cenarização macrossocial da Amazônia Legal: panorama social da região amazônica
– 1970/96).
A economia é sustentada pela atividade
de transformação dos recursos florestais. Dados do IBGE e Ministério do
Trabalho em 2006 apontam para um estoque de empregos formado majoritariamente e
em declínio pela Indústria de Transformação, com 1.914 unidades; e em ascensão:
administração pública, com 1.013 unidades; agropecuária, com 1.298 unidades;
comércio, com 787 unidades; e 413 unidades pelas atividades de serviço. Tais
dados não refletem fielmente a realidade, devido a grande informalidade e
ilegalidade das atividades econômicas em todos os setores.
Quanto à Produção Agrícola, nas
lavouras temporárias, a área colhida passou por grande crescimento de 1994 a
2000 e forte declínio de 2001 a 2004, especialmente para as culturas do arroz,
feijão e mandioca. Quanto a lavouras permanentes, houve um crescimento na área
colhida entre 1994 a 2004, especialmente para a cultura da pimenta do reino e
banana, queda da área colhida para maracujá e estabilidade para laranja.
Contudo, essa produção agrícola ainda não representa a potencialidade do
município identificada pela aptidão das terras para agricultura e mecanização,
apontadas no Diagnóstico Socioambiental realizado pela Agenda 21 Local.
O crescimento da área colhida no
período de 1994 a 2000 e seu declínio no período posterior pode ser explicado
pela política de apoio aos proprietários rurais executada pela administração
pública municipal. O que demonstra uma forte dependência desse setor produtivo
em relação ao poder público, especialmente para mecanização das áreas e
transporte da produção.
O Município passa por uma crise
econômica e social que se agrava a cada dia com a diminuição das oportunidades
de trabalho e a queda da renda da população, originada pela “migração” da
indústria madeireira para novas frentes de expansão, uma vez que a matéria
prima florestal torna-se escassa a cada ano. Esses dados são constatáveis pelos
índices oficiais (Tabela 1), forçando a comunidade a repensar seus mecanismos
de utilização e manejo dos recursos naturais e encontrar formas sustentáveis de
promover o desenvolvimento social, econômico e cultural local. A queda da
produção se acentuou fortemente a partir do ano 2000, tendo se estabilizado
atualmente em torno de 30 a 40.000 m3 de madeira mensalmente.
Tabela I – Quantidade
e valor dos produtos da extração vegetal 1994-2000
Produtos |
Quantidade Produzida (t)
|
||||||
1994
|
1995
|
1996
|
1997
|
1998
|
1999
|
2000
|
|
Carvão Vegetal
|
44
|
52
|
10.800
|
35.904
|
28.700
|
28.190
|
29.600
|
Lenha (m3)
|
3.850
|
4.042
|
-
|
4.596
|
5.100
|
5.860
|
5.485
|
Madeira em Tora (m3)
|
434.715
|
456.451
|
993.600
|
411.840
|
381.500
|
368.700
|
349.580
|
FONTE: IBGE/PEVS
A vocação econômica não apenas de
Rondon do Pará, mas dos municípios da microrregião está centrada na exploração
dos recursos florestais, pois foi sobre esta base que a comunidade se instalou,
mas obviamente que numa relação de exploração predatória insustentável.
Cabe agora alterar essa relação,
buscando minimizar os impactos ambientais através do reflorestamento utilizando
espécies que possam ser industrializadas na própria região, da utilização dos
resíduos, especialmente da madeira e do pó de serragem, com a consequente
verticalização da produção local. O investimento em qualificação de mão de
obra, na disseminação de novas tecnologias e na renovação do parque industrial
são os passos imediatos e necessários para alcançar um novo modelo de
exploração dos recursos florestais e fortalecer a economia regional.
Em 2007 a Companhia Vale iniciou o
programa “Vale Florestar”, cujo objetivo é promover a reabilitação de 3 mil km2
de áreas degradadas na região sul do Pará, num investimento de US$ 300 milhões
até o ano de 2015. Contudo, o setor produtivo local e regional ainda não
conseguiu o diálogo e a parceria necessária para integração de ações a partir
da expectativa de fortalecer o sistema produtivo regional, gerando emprego e
renda. O temor é que a região sirva apenas à necessidade da produção de madeira
para carvão vegetal que beneficie as indústrias de gusa e futuros parques de
celulose instalados fora da região.
A Pecuária é outra vocação econômica
instalada no Município e na região. A bacia leiteira do Município tem crescido
e se fortalecido a cada ano, mesmo em bases insustentáveis de pastagem
extensiva e sem grandes investimentos privados ou fomento do poder público para
o manejo do solo e melhoramento genético do rebanho. A tabela II mostra o
potencial do rebanho bovino na região e no município.
Tabela II – Rebanho
bovino na região da BR-222 em 2006
Município
|
Rebanho
|
Rondon do Pará
|
373.000
|
Bom Jesus do Tocantins
|
192.000
|
Dom Eliseu
|
142.000
|
Ulianópolis
|
116.000
|
Abel Figueiredo
|
76.000
|
Fonte: SEPOF/IBGE –
Elaboração: SECMA
Segundo dados do IBGE, Rondon do Pará
possui um rebanho de 373.000 bovinos e 800 bubalinos. A ADEPARÁ avalia que desse
rebanho 32% são próprios para o corte, 23% para produção de leite e 44% são
gado misto. Numa área de aproximadamente 20 mil hectares, mais de 12.000 vacas
são ordenhadas, produzindo aproximadamente 60.000 litros de leite/dia. A
mesorregião sudeste do Pará, onde o município se insere, é responsável pela
produção diária de 200.000 litros de leite/dia, o que corresponde a 70% da
produção leiteira estadual, que responde por 2% da produção nacional.
Diagnóstico do setor leiteiro
realizado pelo SEBRAE em 2008 em parceria com a Agenda 21 Local identificou que
56% do leite produzido no Município é industrializado em outros Municípios,
apesar de 02 laticínios de médio porte e 03 laticínios artesanais estarem
instalados em Rondon do Pará e um deles ter sua capacidade de processamento
ociosa em quase 50%.
Os queijos fabricados no município
também são muito conhecidos e apreciados, com uma produção média de 120
toneladas/mês, especialmente dos tipos mussarela e parmesão. Os laticínios que
funcionam informalmente na zona rural produzem mais o tipo qualho, para
comercialização local e regional; já na área urbana 01 laticínio de médio porte
produz cerca de 70 toneladas/mês do tipo mussarela para comercialização no
mercado nacional.
Do diagnóstico de setor leiteiro realizado
pelo SEBRAE e Agenda 21, cabe ainda ressaltar que 53% dos produtores rurais
leiteiros são classificados como analfabetos funcionais. Ainda assim, apesar
desses fatores, os produtores de leite no Município movimentam cerca de R$ 600
mil/mês, gerando cerca de 400 empregos diretos. Cada família produtora de leite
obtém uma remuneração bruta média de R$ 1.639 mês, apesar de 89% da mão-de-obra
do setor nunca ter recebido qualquer capacitação específica, 70% nunca ter
obtido qualquer acesso a financiamento público e 90% participar de alguma
entidade associativa ou representativa da categoria.
A execução de um projeto que estruture
a produção e comercialização através dos Arranjos Produtivos Locais, integrando
os municípios de Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins e Dom
Eliseu, possibilitará o máximo rendimento e o fortalecimento do desenvolvimento
econômico da região, a partir dessas vocações regionais que já envolvem
milhares de famílias e produtores do Pará e fronteira do Maranhão.
3. O PROCESSO DA AGENDA 21 LOCAL
O poder público local padece de
fragilidade na promoção do planejamento estratégico participativo, fundamental
para reverter o quadro socioeconômico apresentado. Parte dessa fragilidade é
gerada pela baixa qualificação dos servidores públicos e parte pela cultura
centrada no poder público como ofertante de produtos e a sociedade como
demandante passiva dessas ofertas. Contudo, procedimentos muito significativos
de planejamento administrativo foram adotados pela administração pública
municipal, devendo ser ressaltada a execução da Agenda 21 Local, em parceria
com o Ministério do Meio Ambiente, e o Plano Diretor Municipal, que se propõem
a preparar as bases para a mudança no padrão de produção e consumo e promoção
do desenvolvimento integrado sustentável.
O Plano Diretor Estratégico do
Desenvolvimento Municipal Participativo, resultado do processo da Agenda 21
Local, tem como objetivo o desenvolvimento do território municipal baseado no
aproveitamento dos recursos naturais com sustentabilidade ambiental, no
fortalecimento das cadeias produtivas de produtos de origem animal e vegetal,
no incentivo e apoio a agroindústria, agricultura familiar e recuperação das
áreas degradadas.
Sua elaboração ocorreu de forma
participativa, através da Agenda 21 Local, com uma metodologia participativa
que possibilitou ouvir amplamente a população, em mais de 35 reuniões,
oficinas, seminários, audiências públicas e conferência municipal, onde mais de
4.000 cidadãos e cidadãs estiveram presente, o que corresponde a cerca de 10%
da população do Município. Pela primeira vez em sua história, após 24 anos de
emancipação e mais de 36 anos de vida, Rondon do Pará empreendeu um esforço
coletivo para planejar estrategicamente seu futuro.
O resultado desse processo, além da
proposta do Plano Estratégico de Desenvolvimento Participativo, que se
transformou na Lei Municipal Complementar 001/2006 – Plano Diretor, está na
“Agenda de Ações Prioritárias” que se constitui numa matriz de planejamento
estratégico utilizada pela metodologia da Agenda 21 para prever mecanismos de
execução do Plano, transformada na Lei Municipal 529/2008 e também elaborada de
forma participativa, através de Grupos de Trabalho constituídos pelo CMDUS –
Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável - com representação da
sociedade civil, do setor produtivo e do poder público.
A “Agenda de Ações Prioritárias”
tornou-se na pauta de 2ª Conferência Municipal da Cidade, que debateu, analisou
e aprovou as propostas desses Grupos de Trabalho. O principal desafio da
administração pública municipal é implementar esse Plano Estratégico, de modo a
não frustrar as expectativas e compromissos estabelecidos com a população.
Olhando para o passado, a comunidade
pôde identificar erros cometidos que, se tivesse planejado o futuro com
antecedência, não estaria sofrendo as consequências da falta desse planejamento
hoje. O papel da Agenda 21 é nos fazer olhar para o presente a partir da
perspectiva do futuro, de modo a evitar erros cometidos e corrigir rumos que
permitam a Rondon do Pará ser uma cidade boa para se viver para a atual e as
futuras gerações.
4.
A METODOLOGIA
O projeto “Rondon do Pará e sua
Agenda 21: O Futuro é aqui!” encaminhado ao Fundo Nacional do Meio Ambiente
em outubro de 2003 que posteriormente se tornou no Convênio 045/2004-FNMA cuja
execução iniciou-se em julho de 2004 teve como objetivo:
Dotar o Município de Rondon do Pará de um Plano Estratégico de
Desenvolvimento Sustentável e de um Plano de Intervenção em Áreas Alteradas,
através da mobilização, capacitação e participação do poder público e da
sociedade civil organizada para a execução de ações que possibilitem
desenvolvimento social, econômico e cultural sustentável, a inclusão social e a
promoção da cidadania.
O projeto se propôs a realizar esse
objetivo geral através de 09 metas:
1.
Campanha permanente de educação ambiental e de
informação, sensibilização e mobilização da população para participação no
projeto.
2.
Levantamento
de dados secundários junto a órgãos da administração pública e entidades
privadas.
3.
Realizar 06
encontros segmentados para levantamento de dados qualitativos junto aos
segmentos produtivos e grupos sociais relevantes.
4.
Implementar 24
oficinas e encontros de trabalho.
5.
Promover 11 seminários.
6.
Promover a
Conferencia Municipal pelo Desenvolvimento Sustentável de Rondon
7.
Participar de
01 sessão especial para discussão e aprovação do Plano Estratégico pela Câmara
Municipal.
8.
Pactuar
projetos prioritários com parceiros identificados pelos GTs e incluir as
estratégias, metas e ações da Agenda 21 Local em processos de planejamento
formal já existentes.
9.
Elaborar o
Plano Municipal de Intervenção em Áreas Alteradas, de forma participativa.
A Metodologia para elaboração do Plano
Diretor Estratégico do Desenvolvimento Municipal Participativo, incluindo o
Diagnóstico Socioambiental Participativo, de modo geral, seguiu aos 06 passos
para elaboração de Agendas 21 Locais que, sinteticamente, preveem:
1o Passo: Mobilizar para
sensibilizar governo e sociedade
2o Passo: Criar o Fórum da
Agenda 21 Local
3o Passo: Elaborar o
Diagnóstico Participativo
4o Passo: Elaborar o Plano
Local de Desenvolvimento Sustentável
5o Passo: Implementar o
Plano Local de Desenvolvimento Sustentável
6o Passo: Monitorar e
Avaliar o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável
No decorrer do processo houve o
entendimento de que a Agenda 21 deveria integrar e coordenar a dinâmica de
elaboração do Plano Diretor Municipal, sendo as dinâmicas e trabalhos adaptados
às diretrizes e orientações estabelecidas pelo Conselho Nacional das Cidades,
através da Resolução nº. 25, de 18 de março de 2005, e nº. 34, de 01 de julho
de 2005, que podem ser sintetizadas nas seguintes orientações:
1. Que o processo de elaboração,
implementação e execução do Plano Diretor Municipal deve ser participativo, com
uma coordenação do processo compartilhada entre poder público e sociedade
civil.
2. Que a publicidade no processo de
elaboração do Plano Diretor Municipal deverá ser ampla, em linguagem acessível,
com ciência do cronograma e dos locais das reuniões, apresentação prévia dos
estudos e propostas, além da publicação e divulgação dos resultados.
3. A organização do processo
participativo garantindo a diversidade por segmentos sociais, por temas e por
divisão territorial, garantindo a alternância dos locais de reuniões.
4. A integração e articulação do
processo de elaboração do Plano Diretor Municipal com outros processos de
planejamento participativo que estejam sendo executados no Município.
5. Definir no Plano Diretor
instrumentos de gestão democrática e sistema de acompanhamento e controle
social, tais como conselho municipal, conferência, audiências públicas,
consultas públicas, iniciativa popular etc.
O Município conseguiu integrar de
forma satisfatória e com ótimos resultados os processos da Agenda 21 Local e do
Plano Diretor Municipal, tornando-se numa referência para reaplicação dessa
metodologia em outras localidades. O paradigma teórico conceitual que conduziu
o processo foi descrito no projeto inicial enviado ao FNMA, como centrado no
Planejamento Estratégico Situacional e seus desdobramentos, partindo do
pressuposto de que “planejamento é o cálculo que precede e preside a ação”
(Carlos Matus) e que planejar mexe com questões muito caras à comunidade e às
pessoas, como a verdade, o desejo, o poder e a vontade, tornando necessário um
processo de mediação centrado em dinâmicas grupais integrativas e
participativas que construam e privilegiem consensos.
A seguir será apresentado o
detalhamento da metodologia com enfoque no processo geral de construção da
Agenda 21 Local, para em seguida apresentarmos cada meta e atividade de forma
mais detalhada:
4.1. SENSIBILIZAÇÃO, MOBILIZAÇÃO E
PARTICIPAÇÃO
O processo de sensibilização e
mobilização da comunidade para participar das atividades da Agenda 21 Local foi
permanente e, de modo geral, focado em públicos-alvo que se pretendia alcançar,
especialmente os segmentos organizados da sociedade civil e lideranças
formadoras de opinião na comunidade e se iniciaram antes do início da execução
do projeto, com alguns momentos específicos de reuniões comunitárias e
audiências públicas para participação massiva de toda a comunidade.
Um fantasma ronda a comunidade: o
fantasma da “cidade fantasma”. É que o
Município, formado majoritariamente por migrantes oriundos das várias partes do
Brasil que, atendendo ao chamado do Governo Federal em plena ditadura militar
para “integrar a Amazônia” a partir de meados dos anos 60 acorreu a esta
região, ocupando e desenvolvendo aqui atividades de intensivo e degradante uso
dos recursos naturais, o que durante os anos iniciais gerou um ciclo de
“progresso”, com a produção de riquezas e bens, mas que agora entra em declínio
e revela o colapso desse modelo de desenvolvimento. O rastro desse modelo, além
da crise ambiental, se revela na grave crise social, com dezenas de centenas de
famílias desempregadas e em situação de risco, poucas oportunidades de
trabalho, baixa renda e poucas oportunidades de qualificação para uma população
fortemente juvenil, o que resulta na tendência ao fenecimento da cidade.
Esse fenômeno é conhecido por parte
dos habitantes da região que vieram do interior de Minas Gerais, do Espírito
Santo, da Bahia e de outros Estados, que nasceram em cidades que viveram ciclos
de prosperidade e o fenecimento de seu “progresso”, deixando como herança
núcleos com boa estrutura urbana mas sem uma economia capaz de absorver as
crescentes demandas das novas gerações, fracassando na formação da combinação
de diversos e múltiplos usos econômicos e se consolidando em torno de
atividades monocromáticas.
Visando refletir sobre essa realidade
e construir alternativas para um futuro diferente, em setembro de 2003 a
administração pública municipal iniciou o processo de implantação de um programa
de Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável. O desafio seria deixar de
contemplar passivamente o passado, tão recente e tão dramático, e voltar-se
para o presente de olho no futuro, construindo alternativas para um novo padrão
de desenvolvimento humano e social sustentável.
Assim é que o processo de
sensibilização e mobilização para a Agenda 21 Local se iniciou em setembro de
2003, antes do convênio com o FNMA que somente foi formalizado em maio 2004. O
processo de mobilização teve dois momentos muito significativos, sendo esse
primeiro momento no início das atividades, de setembro 2003 a janeiro 2004 e o
segundo momento quando incorporadas as atividades de elaboração do Plano
Diretor Municipal sob coordenação da Agenda 21 Local, de março a julho 2006. No
interregno desses períodos e a finalização do convênio, atividades de
capacitação foram mais marcantes, com mobilizações pontuais, e maior foco na
implementação de ações consideradas necessárias para fortalecer a dinâmica do
desenvolvimento local, como a construção de parcerias institucionais com
agentes públicos estratégicos para a comunidade.
As atividades iniciais de
sensibilização ocorreram com grupos-alvo através de reuniões e encontros
comunitários, quando eram apresentados os paradigmas do desenvolvimento local
sustentável, proporcionado o debate e reflexão sobre a necessidade de mudar o
modelo de desenvolvimento vigente, a partir do envolvimento da comunidade, e
estimulada a participação no primeiro grande encontro que discutiria alternativas
para o desenvolvimento sustentável da região, a partir dos objetivos da Agenda
21, com eleição do Fórum de Desenvolvimento Local.
Essas atividades ocorreram a partir de
setembro 2003, com foco em grupos sociais e segmentos produtivos, com o seguinte
cronograma:
¨
05
a 10 de setembro de 2003 – Reuniões com a Equipe Gestora, para elaboração do
Plano de Trabalho que seria transformado posteriormente no Projeto da Agenda 21
Local e remetido ao FNMA. Esse Núcleo de 10 a 15 membros foi integrado
inicialmente pela equipe da Prefeitura, pelo facilitador em gestão do
desenvolvimento local e por representantes de segmentos da sociedade civil, com
a responsabilidade de conduzir as atividades até a criação e instalação do
Fórum de Desenvolvimento Local. Nesse processo inicial foi feito o levantamento
básico de informações, com a criação de um banco de dados cadastrando as
instituições, órgãos e movimentos, públicos e privados, instalados na
comunidade, com identificação de seus dirigentes e dados para contato.
¨
De
12 de setembro a 11 de outubro foram realizadas 8 reuniões com diferentes
grupos sociais ou segmentos produtivos, além de entrevistas na emissora de
rádio e televisão local, envolvendo diretamente a participação de cerca de 300
lideranças, a saber: com vereadores; com os conselheiros municipais; com
líderes e pastores evangélicos; com líderes comunitários representantes de
sindicatos, associações, grupos e clubes de serviços; com os agentes
comunitários de saúde; com pequenos produtores e trabalhadores rurais; com
líderes católicos; e com produtores rurais.
Em 17 de
outubro de 2003 foi realizado o primeiro grande encontro visando discutir
“Alternativas para o Desenvolvimento Sustentável” (Imagem 01), o maior evento de
mobilização comunitária já ocorrido no Município, que congregou mais de 800
participantes representando os diversos grupos sociais, segmentos produtivos,
gestores, líderes e formadores de opinião, com representação do primeiro
escalão do Governo do Estado e da bancada parlamentar. O evento contribuiu para
retirar a administração pública e o município de um forte grau de isolamento
político-social em que se encontrava e gerou a sinergia para o início das
parcerias e do movimento visando promover o desenvolvimento local.
Ao
registrar o acontecimento do evento, o jornal local “O Semanário” descreveu que “o vice-prefeito, Edilson Oliveira, ficou impressionado,
porque nos 28 anos que mora em Rondon, pela primeira vez viu tantos
representantes da sociedade reunidos em prol do desenvolvimento do município”.
Já o outro jornal local “A Gazeta do Comércio” registrou que “ao
pensar alternativas sustentáveis para o seu futuro, o município estará se
integrando àqueles que hoje, sob orientação do Ministério do Meio Ambiente,
estão elaborando a Agenda 21 Local, contendo as estratégias e os compromissos
para promover seu desenvolvimento preservando o meio ambiente”.
Durante o
encontro foi constituído por unanimidade o Fórum de Desenvolvimento Local
Sustentável, composto por 41 representantes titulares, 38 suplentes e 05
membros de honra, dos mais diversos segmentos e grupos da sociedade civil, do
poder público e do setor produtivo local, envolvendo os vários grupos políticos
locais.
Em sua
atividade de instalação, no dia 30 de outubro, o Fórum iniciou a elaboração do
seu Regimento Interno e elegeu uma coordenação constituída por 8 de
seus membros como titulares e 3 como suplentes, iniciativas consolidadas no
encontro seguinte do Fórum, em 06 de novembro quando foram aprofundadas
reflexões sobre os princípios e paradigmas do desenvolvimento local
sustentável.
As atividades seguintes se
concentraram na elaboração do Diagnóstico Socioambiental Participativo e nas
atividades de capacitação. Mas outras ações de sensibilização e mobilização
continuaram sendo realizadas, tais como reunião com os artesãos; com os diretores
e vice-diretores das escolas; com os moveleiros; com feirantes; e com líderes
estudantis; reunindo quase duas centenas de líderes e representantes desses
segmentos e grupos sociais.
4.2. O ESPAÇO DE PARTICIPAÇÃO COLETIVA
A participação democrática nas
atividades da Agenda 21 e no Plano Diretor Municipal sempre ocorreram através
dos espaços institucionais, formais ou não formais, que aglutinaram
representantes do poder público, da sociedade civil e do setor produtivo,
abertos a participação dos diversificados grupos políticos locais.
Precedendo a criação do Fórum de
Desenvolvimento Sustentável Local foi formado o Grupo de Trabalho para
implementação do Programa de Desenvolvimento Sustentável Local, constituído
através do Decreto nº 060/2003-B, de 04 de agosto 2003, com a atribuição de “coordenar
o processo de criação do Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Rondon do Pará”
e “sensibilizar a comunidade rondonense em geral para a elaboração da Agenda
21 Local” (incisos I e II do art. 2º). Esse Grupo, também chamado de Equipe
Gestora, ficou vinculado ao gabinete do Prefeito e sediado na Secretaria
Municipal de Agricultura – SEMATAG, composto por: Fidelis Paixão - coordenador;
Geraldo Lana - secretário municipal de agricultura; Neuza Luz - engenheira
florestal da prefeitura; César Roberto - diretor de agricultura na SEMATAG;
Rubens Pinto Pereira - diretor na SEMATAG; José Clóves Mota - diretor de
planejamento da prefeitura; Maria José Garcia Ribeiro - diretora da secretaria
municipal de administração; Rosa Peres - secretária municipal de educação;
Eliomar Santos Galvão Junior, engenheiro agrônomo; Francisco Camilo S. Filho -
técnico em agropecuária, da EMATER; e representando o setor produtivo, a
Comissão Municipal de Emprego e Renda, e as associações de pequenos produtores
rurais APRUV e AMPRIVAC.
Essa
equipe gestora foi sucedida pelo Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local,
eleito consensualmente pela comunidade, com a seguinte composição inicial:
Membros Titulares: Agência de Defesa Agropecuária do Pará – ADEPARÁ; Associação
Agropecuária Rondonense; Associação Comercial e Industrial – ACIRP;
Representante das Associações dos Assentamentos da Reforma Agrária; Associação
de Moradores da Jaderlândia – AMOBAJA; Associação de Moradores do Bairro Gusmão
– AMOBAG; Associação de Moradores do Bairro Miranda – AMOBAM; Associação de
Mulheres Rondonenses – AMURP; Associação de Pequenos Produtores Rurais: APRUV;
Representante das Associações de Pequenos Produtores Rurais; Associação dos
Moradores de Rondon – AMOR; Associação Filadélfia de Mulheres Agricultoras –
AFIRP; Câmara de Vereadores; Clube dos Desbravadores; Lions Clube; Comitê Jovem
pró Agenda 21; Conselho de Pastores; Conselho Interativo Segurança e Justiça –
CISJU; Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS; Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural; Conselho Municipal de Saúde; Cooperativa COOPERMOTO
UNIAO; Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER; Empreendedor
participante do SEBRAE IDEAL; FUNDACO; Grupo de Teatro Nirvana; Grupo Escoteiro
Xavante; Igreja Católica Paróquia NSra. Aparecida; Igreja Evangélica Assembleia
de Deus; ONG Cidadania; Representante da Mídia local; Secretaria Municipal de
Agricultura – SEMATAG; Secretaria Municipal de Educação – SEMEC; Sindicato da
Indústria Madeireira; Sindicato dos Produtores Rurais; Sindicato dos
Trabalhadores no Comércio; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; e 03 Voluntários
referendados pelos demais membros do Fórum. Membros de Honra: Prefeito
Municipal; Presidente da Câmara de Vereadores; Vice-prefeito Municipal.
No
decorrer do processo novas organizações e lideranças foram incorporadas ou
desligadas do Fórum, de acordo com a dinâmica de participação e referendo dos
demais membros, conforme possibilitava seu Regimento Interno.
O Fórum de Desenvolvimento Local
elegeu sua coordenação, composta por Rosa Maria Peres Lima (SEMEC); Francisco Edmar S.
Garcez (Igreja Católica); Franklin Melo da Silva (ACIRP); Neuza Nogueira Alves
(Lions Clube); Maria Lúcia Rodrigues (AMURP); Ivan Jesus Pereira (SINDECOMAR) e
Fidelis Paixão (coordenador do programa de desenvolvimento local sustentável),
com posterior incorporação da representante da Pastoral da Criança. Como
secretário-executivo do Fórum ficou designado César Roberto Mendes (SEMATAG).
Com a
chegada do ano eleitoral em 2004, o Fórum passou a ter dificuldades de se
reunir, de compartilhar propósitos e encaminhar ações coletivas motivadas por
consenso. Tal qual na maioria dos pequenos e médios municípios, em nossa cidade
os ânimos e as preferências se acirraram, e o processo que deveria ser
conduzido através da construção e compartilhar mútuo ficou inviabilizado e o
próprio Fórum decidiu deixar de reunir-se naquele período eleitoral. Após a
eleição, nova tentativa foi feita, mas a dificuldade persistiu, uma vez que a
disputa eleitoral foi transferida para as vias judiciais. A forma encontrada pela equipe técnica e pela coordenação
do processo nesse período foi dar sequência às atividades de elaboração do
Diagnóstico Socioambiental Participativo e de Capacitação, passando o Fórum a
entrar num período de apatia quanto à sua dinâmica de reuniões permanentes.
Com a necessidade de elaborar o Plano
Diretor Municipal Participativo, e em comum acordo com a coordenação do Fórum,
essa responsabilidade foi integrada à dinâmica da Agenda 21 Local, em
conformidade com as normas e procedimentos que regulamentam a elaboração de
Planos Diretores Municipais, considerados pela equipe como similares aos
procedimentos da metodologia da Agenda 21.
Para dar legalidade e legitimidade ao
processo, o Decreto Municipal 057/2006 criou o Núcleo Executivo
Municipal e o Núcleo Gestor Local, com a responsabilidade de doravante conduzir
os processos de forma integrada e participativa. Em 27 de julho de 2006 a
coordenação do Fórum ao avaliar o processo, propôs incorporar as atribuições
dessa instância ao futuro Conselho Municipal de Desenvolvimento, formalizando
institucionalmente o compromisso da participação dos seus membros e “tornando-se
um só organismo, de modo a evitar superposições de instâncias e atribuições”.
Os membros do Núcleo Executivo
Municipal – NEM são técnicos responsáveis pela coordenação, apoio e suporte
técnico, pela articulação entre o Município e a equipe estadual, com a seguinte
composição: Fidelis Paixão (advogado) – coordenador; Walber Risuenho
(engenheiro civil) coordenador adjunto; Eliomar Santos Galvão Jr. (engenheiro
agrônomo); Etelvino Quintino M. Azevedo (advogado); Rísia Gomes Silva de
Almeida (assistente social); Gilson Tavares Queiroz (técnico em informática);
Reinaldo Reis da Silva (servidor municipal); Arnaldo Ferreira Rocha (servidor
municipal); Cícero Alberto Fernandes da Rocha (servidor municipal); Márcia
Cristina Vieira (pedagoga); Saulo Alves Ramos (servidor municipal); Rosa Maria
Peres Lima (pedagoga); e Nilzete Teixeira Martins (enfermeira).
O NEM teve a responsabilidade de
participar da capacitação técnica e de organizar a Oficina de Trabalho, onde
foi elaborado o Plano de Ação com o planejamento do passo-a-passo e a
pactuação das atividades e dinâmicas, integrando os processos da Agenda 21 Local e
do Plano Diretor Municipal, de modo a dar continuidade à elaboração do
Diagnóstico Socioambiental Participativo e ao Plano Estratégico de
Desenvolvimento Local Participativo.
A Oficina de Trabalho constituiu-se
numa forma simplificada de planejamento local, mediante o compartilhamento, com
representantes dos diversos segmentos sociais, da realidade do Município.
Realizada no dia 14 de março de 2006, também representou um marco e um novo
impulso no processo participativo e deliberativo, pois além da representatividade
de 118 representantes dos diversos setores sociais, segmentos produtivos e
gestores públicos, definiu a composição do NGL – Núcleo Gestor Local, que
passara a ser responsável por coordenar o processo doravante, com a seguinte
composição: além dos membros do NEM, foram acrescentados: Câmara de Vereadores;
Sindicato dos Trabalhadores na Saúde Pública no Estado do Pará; Escola
Municipal de Ensino Fundamental Adolfo Soares; Associação Comercial e
Industrial; Cooperativa de Vans COOPERVAN; Sindicato dos Trabalhadores na
Educação Pública do Estado do Pará; Associação dos Feirantes; Associação dos
Moveleiros e Artesãos; Associação dos Açougueiros; ADEPARÁ; EMATER; Associação
dos Moradores do Bairro Gusmão; Sindicato dos Trabalhadores no Comércio; Secretaria
Municipal de Agricultura e Pecuária; Escola Municipal de Ensino Fundamental
Elidia Maria; Comissão Municipal de Emprego e Renda. Outras 18 organizações da
sociedade civil e do setor produtivo foram listadas para serem convidadas a
integrar o NGL até sua reunião de instalação, que ocorreu no dia 23 de março de
2006.
No Plano Diretor Estratégico de
Desenvolvimento Municipal Participativo, elaborado de forma amplamente
participativa, conforme se verá mais adiante, foi prevista a criação do
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável – CMDUS, composto
por 21 conselheiros, com participação majoritária da sociedade civil e do setor
produtivo, de caráter deliberativo e com atribuição de acompanhar a
implementação do Plano Diretor Municipal, deliberando sobre questões relativas
a sua aplicação; acompanhar a execução de planos e projetos de interesse do
desenvolvimento municipal; e, entre outros, promover a pactuação de ações,
planos, projetos e programas, entre os diversos atores sociais, que promovam o
desenvolvimento humano, social, econômico, cultural e ecológico sustentável.
A I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Urbano Sustentável, realizada dia 05 de setembro de 2006, aprovou a composição do CMDUS, que
posteriormente foi referendada pela Câmara de Vereadores e transformada na Lei
Complementar no. 001/2006, com a seguinte composição: Poder Público,
06 vagas do Poder Executivo Municipal, 01 vaga do Poder Legislativo Municipal.
Sociedade Civil, 06 vagas dos Movimentos Sociais (das quais 02 serão de
associações de moradores e 04 das demais entidades que atuam na sociedade
civil), 06 vagas do Setor Produtivo (das quais 01 será para associação de
pequenos produtores, 03 para entidades de trabalhadores e 02 para entidades
patronais), 02 vagas para Instituição acadêmica e estudantil. Ainda durante a I
Conferência foram eleitas as entidades representantes da sociedade civil no
CMDUS.
Através do Decreto Municipal 130/2006 foi instalado o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável –
CMDUS, que é a instância participativa e deliberativa que sucedeu ao Fórum de
Desenvolvimento Sustentável Local, com a responsabilidade de coordenar,
fiscalizar e monitorar a implementação do Plano Diretor Estratégico de
Desenvolvimento Municipal Participativo. O CMDUS tem a seguinte composição:
1. Representantes
do Poder Público
1.1. Poder
Executivo Municipal: a) Secretaria Municipal de Ciências, Tecnologia e Meio
Ambiente – SECMA; b) Secretaria Municipal de Administração, Planejamento e
Gestão – SEMAD; c) Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária – SEMAP; d)
Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social – SEMPAS; e) Secretaria
Municipal de Saúde.
1.2. Poder
Legislativo Municipal.
1.3.
Conselho Municipal de Educação.
2. Representantes da Sociedade Civil
2.1.
Movimentos Sociais: a) Associação dos Moradores do Bela Vista e Parque Elites –
AMBEVIPE; b) Associação dos Moradores do Bairro Gusmão – AMOBAG; c) Grupo
Escoteiro Xavante – GEX; d) Associação Cultural Caminho de Vida – COMVIDA; e)
Pastoral da Criança; f) Loja Maçônica Luz e Caridade Rondonense.
2.2. Setor
Produtivo: a) SEBRAE Local; b) Associação dos Moveleiros e Artesãos – AMARP; c)
Associação Filadélfia de Produtoras Rurais – AFIPA; d) Sindicato dos
Trabalhadores Rurais – STR; e) Sindicato dos Trabalhadores no Comércio –
SINTCRON; f) Sindicato dos Trabalhadores na Educação – SINTEPP.
2.3.
Instituições Acadêmicas, de Pesquisa e Estudantil: a) Núcleo Universitário; b)
Grêmio Estudantil do Ensino Médio.
4.3.
DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL PARTICIPATIVO
O objetivo do diagnóstico é
identificar as potencialidades e elaborar planos que possam desenvolver ou
dinamizar tais potencialidades. É por meio do diagnóstico participativo que a
comunidade toma consciência de seus problemas e dos obstáculos ao seu
desenvolvimento. Por meio do diagnóstico a comunidade tenta descobrir suas
potencialidades ou vocações. As potencialidades são possibilidades de
desenvolvimento que existem numa determinada localidade, em função dos recursos
que ali estão disponíveis ou que possam vir a ser disponibilizados.
Mais do que um procedimento técnico, o
diagnóstico deve ser realizado de forma participativa, de modo que a comunidade
se envolva na identificação de suas vocações, das potencialidades e dos
entraves ao seu desenvolvimento e com a elaboração e implementação de planos
que formulem as ações possibilitarão o desenvolvimento da comunidade rumo à sua
visão de futuro.
Identificar as vocações não brota,
objetivamente, da análise da realidade, isto é, não pode ser revelado
tecnicamente, a partir do diagnóstico. A vocação é fruto de escolhas
subjetivas, quer dizer, de opções conscientes dos sujeitos por um determinado
caminho. É claro que as vocações podem estar baseadas nas potencialidades
reveladas pelo diagnóstico. Vocações não são atividades possíveis, porém, eixos
em torno dos quais várias atividades econômicas, sociais, culturais etc, podem
se articular e se fortalecer mutuamente, aumentando as vantagens comparativas
da localidade e impulsionando o seu desenvolvimento.
O processo de elaboração do
Diagnóstico Socioambiental Participativo se deu em duas etapas significativas.
Num primeiro momento foram realizados encontros e reuniões com diversos grupos
sociais e segmentos produtivos, especialmente no período de novembro 2003 a
outubro 2004, mesmo antes do início do Convênio com o FNMA, pois o processo de
construção da Agenda 21 já se iniciara. Num segundo momento, com a
responsabilidade de integrar e coordenar concomitantemente a elaboração do
Plano Diretor Municipal com a Agenda 21 Local,
foram realizadas as reuniões comunitárias, privilegiando critérios de
diversidade por segmentos sociais, por temas e por divisão territorial (rural e
urbano), garantindo a alternância dos locais de reuniões (diferentes bairros,
comunidades, espaços físicos), de modo que a população pudesse expressar sua
percepção e opinião sobre os aspectos positivos e negativos que vivenciava em
seu dia-a-dia na comunidade.
Essas atividades proporcionaram a
participação das comunidades rurais em 2003: na Vila Mantenha e Pitinga; na
Vila Gavião; dos Assentamentos Nova Vitória e Zé Dutra; na Vila Santa Helena e
Projeto Casulo; na Vila Santa Lúcia; no Acampamento Água Branca; na Vila
Alvorada; e com os artesãos. Em 2004: com os moveleiros; com os feirantes; além
dos produtores de carvão; reunindo e ouvindo mais de 450 lideranças e
representantes dessas comunidades, grupos e segmentos, nessa primeira etapa.
Na segunda etapa, foram realizadas
reuniões comunitárias nos bairros em 2006: Recanto Azul; Miranda; Gusmão e
Guanabara; Parque Elite e Bela Vista; Centro; Jaderlândia. Na zona rural:
Assentamento Nova Vitória; Vila Gavião e Assentamento NSra Aparecida; Vila
Mantenha; Vila Progresso; Vila Santa Helena; Vila da Paz e Km 56; Vila Santa
Lúcia e região; reunindo e ouvindo cerca de 900 lideranças e representantes
dessas comunidades e bairros.
As reuniões temáticas, setoriais e com
grupos específicos, se realizaram através do próprio Fórum de Desenvolvimento
Local e do GT da Bacia Leiteira e Agroindústria; dos Seminários que serviram
como espaço de reflexão, interação e apresentação e análise de informações dos
segmentos, como o Seminário da Bacia Leiteira do Município; o I e o II
Seminários de Implantação do Pólo Moveleiro e Artesão do Município; o Encontro
para Elaboração do Projeto de Desenvolvimento da BR-222, a partir do qual a
diretoria do Banco da Amazônia, que participou ativamente do encontro, decidiu
implantar uma agência desse Banco no Município, atendendo uma antiga aspiração
do setor produtivo, e surgiu a iniciativa de criação do CIDES - Consórcio
Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável dos Municípios da BR-222; a
reunião pró Comitê Regional Tecnológico de Móveis e Artefatos de Madeira da
BR-222, uma iniciativa que obteve o apoio institucional do Governo do Estado,
através da SECTAM; além das reuniões temáticas sobre Desenvolvimento
Sustentável, Integração entre urbano e rural, juventude, e função social da
propriedade e da cidade, no Núcleo Universitário; atividades que envolveram
cerca mais de 450 lideranças e representantes desses grupos e setores, do poder público, da sociedade civil e do setor produtivo.
Em todos esses momentos foi aplicada
uma matriz de planejamento estratégico visando identificar na percepção do
grupo quais eram as forças (o que o grupo produzia, qual sua capacidade), as
fraquezas (quais os problemas do grupo), as oportunidades (que possibilidades
externas o grupo poderia aproveitar) e as ameaças (quais condições externas
poderiam prejudicar ao grupo), ou seja, os aspectos positivos e negativos
percebidos pela comunidade.
Para mobilizar e motivar a participação
popular no processo foi realizado um movimentado ‘Pit Stop’ de Mobilização na principal avenida da cidade, com transmissão ao vivo pela rádio
local. Uma Audiência Pública no dia 30 de março, preparada para apresentação do
Plano de Trabalho, do cronograma de mobilização, dos princípios e fundamentos
da política urbanística e do desenvolvimento local e referendar a composição do
Núcleo Gestor Local, contou com uma expressiva participação da população,
renovando o ânimo das equipes envolvidas na coordenação do processo.
Em meio a essas atividades a equipe
técnica da Agenda 21 e NEM realizou o levantamento de dados estatísticos,
informações socioeconômicas, planos e projetos realizados, leis municipais
relevantes aprovadas, enfim, um conjunto de dados secundários que pudessem dar
subsídio ao Diagnóstico Socioambiental e a elaboração do Plano Estratégico da
forma mais integrada possível às demais iniciativas em curso que afetassem a
comunidade.
Cabe ressaltar nesse período a
inexistência de um setor da administração pública municipal que realizasse esse
tipo de tarefa tão imprescindível para uma administração moderna. Mesmo
existindo uma servidora designada para uma unidade chamada de “departamento de
estatística”, essa servidora não tinha qualificação técnica para a função e nem
acesso a instrumentos que possibilitassem a tarefa, como internet e
equipamentos técnicos. Sequer sua missão era valorizada pela administração como
uma missão estratégica para o planejamento municipal.
A conexão com a internet nesse período
foi fundamental e diversas dificuldades técnicas tiveram que ser superadas,
como a inexistência de provedores de acesso local. Nesse período através de
parceria com o SIPAM – Sistema de Proteção da Amazônia, a equipe conseguiu
acesso aos primeiros dados e informações georreferenciadas. O Município não
possuía disponíveis mapas e dados que pudessem orientar o planejamento. Foi
através da Agenda 21 e do Plano Diretor que esses instrumentos foram
elaborados, utilizados e disponibilizados.
Informações de extrema relevância como
o Zoneamento Agroecológico, realizado pela EMBRAPA alguns anos antes, que
poderiam subsidiar a execução de políticas públicas para agricultura eram
desconhecidas do domínio público e da administração municipal. Tais documentos
foram recuperados, para realização do trabalho do diagnóstico. Assim como foram
aproveitados os documentos gerados pelas Conferências Municipais de Saúde, de
Educação, de Assistência Social, o Plano Plurianual e pré-diagnósticos
existentes. A leitura técnica de Leis Municipais, tais como o Código de
Vigilância Sanitária, a Lei de Perímetro Urbano, o Código de Posturas, o Código
Tributário Municipal, entre outras normas locais também fizeram parte das
tarefas empreendidas nessa etapa.
Nesse período foi possível visitar e
dialogar com diversas instituições públicas federais e estaduais, sediadas na
capital do Estado ou nos polos regionais como Marabá e Paragominas, que geraram
parcerias profícuas até então inexistentes. No âmbito externo, o Município, de
certa forma, saiu do ostracismo e passou a se relacionar com mais consistência
com órgãos como a SEDURB (Secretaria Estadual de Desenvolvimento Urbano),
SECTAM (Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, que
posteriormente se transformou na SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente),
SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia), SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio
a Micro e Pequenas Empresas), Escola de Governo do Estado do Pará, SEMA
(Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Marabá), IBAMA, Ministério do Meio
Ambiente, SEPOF (Secretaria Estadual de Planejamento, Orçamento e Finanças),
IBGE e CNM (Confederação Nacional do Municípios), além de reforçar os laços
institucionais com a AMAT (Associação dos Municípios do Araguaia e Tocantins) e
Universidades Federal e Estadual do Pará. Por outro lado, expectativas de
parcerias mais consistentes com órgãos como o INCRA e o IBAMA foram frustradas.
No âmbito interno passou a ocorrer uma
maior interação entre as organizações sociais locais e o envolvimento do Núcleo
Universitário nas discussões, reflexões e elaboração de propostas para
políticas públicas locais. O Núcleo Universitário, até então ausente desses
espaços, passou a ser um ator relevante e participativo.
Durante o processo de elaboração do
Diagnóstico, três eixos foram definidos como objetivos estratégicos do processo
da Agenda 21 Local:
1.
Desenvolvimento Local
Implantar o Polo Moveleiro eco
sustentável
Fomentar a Bacia Leiteira e a
agroindústria sustentável
Integrar dinâmicas regionais da BR-222
2.
Capital Social e Humano
Fortalecer as organizações sociais
Capacitar e qualificar os agentes
sociais
Democratizar a gestão e as políticas
públicas
3.
Protagonismo Local
Estruturar o Comitê Jovem da Agenda 21
Fomentar Agendas 21 nas Escolas
Identificar e fortalecer as raízes da
cultura local
O Fórum de Desenvolvimento identificou
como VOCAÇÕES do Município a pecuária leiteira e os derivados da
madeira. Essas duas vocações foram transformadas em eixos vetores do
desenvolvimento local, a partir do qual passaram a ser definidas ações que os
estruturassem como arranjos produtivos locais (APL) da bacia leiteira e do polo
moveleiro, buscando interação com os produtores dos demais municípios da região
da BR-222.
As reuniões comunitárias, fóruns,
seminários e atividades realizadas na zona rural e zona urbana, com grupos
sociais e segmentos produtivos, buscaram identificar a percepção e as demandas
populares, as dificuldades enfrentadas pela população no seu dia-a-dia e as
potencialidades para promover o desenvolvimento local. Essas informações,
consolidadas em Atas e Relatórios, foram transformadas na
Matriz do Diagnóstico e do Plano Estratégico de Desenvolvimento Municipal
Participativo (Anexo), identificando as debilidades e dificuldades através
da leitura da Realidade Municipal, e propondo objetivos, diretrizes e ações
estratégicas para potencializar as vocações e promover o desenvolvimento
sustentável do Município.
4.4. CAPACITAÇÃO
Os teóricos do desenvolvimento afirmam
que é possível saber quais, mais ou menos, são os ingredientes básicos do
desenvolvimento humano e social sustentável. Sabe-se que não basta apenas
crescer economicamente. É preciso aumentar os graus de acesso das pessoas não
apenas à renda, mas também à riqueza, ao conhecimento e ao poder ou à
capacidade e à possibilidade de influir nas decisões políticas. Mas ninguém
sabe a fórmula segundo a qual tais ingredientes se combinam, produzindo aquilo
que chamamos de desenvolvimento.
É possível afirmar que durante muito
tempo os economistas acreditaram que só existia um tipo de capital, relacionado
aos bens e serviços que uma sociedade produzia e à renda da qual seus membros
se apropriavam. Hoje sabe-se que existem outros tipos de capitais que também
são decisivos no processo de desenvolvimento. Além da propriedade produtiva, da
riqueza, daquilo que poderíamos chamar de “Capital Empresarial”, existem ainda
o “Capital Humano”, o “Capital Social” e o “Capital Natural”.
Para desencadear esse processo de
promoção do desenvolvimento, precisamos criar um ambiente favorável ao
desenvolvimento. Do ponto de vista do desenvolvimento humano e social
sustentável, criar um ambiente favorável ao desenvolvimento é começar
investindo no “Capital Humano”, sobretudo no empreendedorismo, e no “Capital
Social”, quer dizer, na capacidade da sociedade de cooperar, formar redes,
regular seus conflitos democraticamente e, enfim, constituir comunidade. Sem
empreendedorismo e sem a base de confiança fornecida pela cooperação ampliada,
acumulada e reproduzida socialmente, dificilmente conseguiremos promover o
desenvolvimento.
A capacitação no processo da Agenda 21
Local é realizada de forma permanente, focada nos atores sociais que participam
do processo e aqueles identificados como relevantes para a promoção das
vocações e potencialidades locais. Seu foco visa fortalecer a capacidade de
participação, de decisão, de organização social e de liberação do potencial
empreendedor de cada indivíduo e grupo social.
Até o início do processo da Agenda 21
Local a capacitação na comunidade era concentrada praticamente no processo
escolar formal, com esparsas e desarticuladas iniciativas fora do sistema
educacional. Se houve uma mudança de foco na comunidade a partir da Agenda 21
Local, pode-se afirmar que foi na compreensão do papel estratégico da
capacitação para o desenvolvimento local. A partir desse entendimento a
administração pública municipal estabeleceu formalmente um programa de
capacitação realizado pela Secretaria Municipal de Promoção e Assistência
Social. O envolvimento do Núcleo Universitário nas atividades da Agenda 21 e do
Plano Diretor também contribuiu para fortalecer essa nova dinâmica, logo
absorvida por diversas outras organizações do setor produtivo e da sociedade
civil.
Mas se houve um parceiro articulado
pela Agenda 21 Local que contribuiu de forma significativa para esse processo
foi o SEBRAE. Uma aspiração antiga da comunidade, até então frustrada, esse
órgão foi articulado pela coordenação da Agenda 21 e pelo Prefeito Municipal,
iniciando suas atividades em 2005 e se instalando definitivamente através de um
Posto de Atendimento Municipal em 18 de abril de 2006, na sede da Secretaria
Municipal de Ciência, Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo, até então
responsável pela coordenação dos trabalhos da Agenda 21 e do Plano Diretor
Municipal.
De forma diferenciada que geralmente
ocorre em outras localidades, o SEBRAE se instalou no Município com foco já nas
vocações pactuadas e vetores de desenvolvimento pactuados pelo processo da
Agenda 21 Local, gerenciando e monitorando dois grandes projetos de Arranjos
Produtivos Locais (APL's) do Leite e Derivados, e dos Móveis e Artefatos de
Madeira, com investimentos em curso no valor próximo a R$ 1 milhão.
Segundo relatório de atividades do
SEBRAE Local, o Projeto Leite e Derivados se iniciou com um primeiro grupo
experimental dos produtores do Surubiju, num período de dois anos, investindo
valores superiores a R$ 180 mil reais. Atualmente o projeto formou um grupo de
foco, atendendo 37 produtores rurais da região que concentra o maior número de
produtores na bacia leiteira do Município, o Km 56, com investimentos
superiores a R$ 480 mil reais, aplicados em capacitação e formação num período
de três anos. Nesse APL de Leite e
Derivados, o SEBRAE, com suporte da administração municipal, realizou o
Diagnóstico da Bacia Leiteira do Município, concluído em setembro de 2008, com
investimentos de R$ 30 mil reais.
Ainda segundo o relatório do SEBRAE
Local, são atendidos 23 moveleiros formais e informais, integrantes da
Associação dos Moveleiros e Artesãos de Rondon do Pará, que recebem
capacitação, formação em gestão e design de móveis e artefatos. O projeto prevê
sua execução num período de três anos, com investimentos superiores a R$ 500
mil reais com o objetivo de preparar os moveleiros para a implantação do Polo
Moveleiro Eco sustentável.
Já o projeto de educação e orientação
empresarial, também executado pelo SEBRAE, segundo o relatório de sua agência
local, é voltado para a classe empresarial e trabalhadores, com o objetivo de
capacitar para a gestão e melhor desenvolvimento de negócios. Esses projetos
executados pelo SEBRAE no Município são monitorados através do SIGEOR – Sistema
de Informação da Gestão Estratégica Orientada para Resultados, uma ferramenta
de apoio à tomada de decisão utilizada na metodologia de estruturação dos
projetos daquela instituição de apoio a micro e pequenos empresários.
De modo geral, as atividades de
capacitação realizadas através da parceria entre a Agenda 21, o Projeto de
Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal (conveniado com o FNMA) e o SEBRAE
são: curso Saber Empreender – Formando empreendedores rurais; curso de
Contabilidade para não-contadores; curso de Planejamento estratégico; palestra
Planejando a abertura de sua empresa; curso EMPRETEC; curso Aprender a
Empreender para jovens empreendedores; curso Saber Empreender para jovens
empreendedores; minicurso Determinação Empreendedora; e curso Elaboração de
Projetos para Captação de Recursos. Dessas atividades participaram mais de 130
empreendedores, gestores e líderes comunitários.
Além dessas atividades, outros eventos
de capacitação foram realizados, vários deles em parceria com o Projeto de
Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal, que são: Seminário da Agenda 21
Local; Seminário de Educadores Ambientais do Carajás; Oficina de Gerenciamento
Integrado de Resíduos Sólidos; Oficina de Gestão de Organizações Sociais;
Oficina Artesanal de Reaproveitamento de Resíduos de Madeira; I Semana do Meio
Ambiente; curso de Ecologia e Desenvolvimento Sustentável (realizado pela
Escola de Governo; Encontro de Integração Agenda 21 Local, Escola, Juventude e
Plano Diretor Municipal; curso Básico de Associativismo e Cooperativismo; Oficina
de Comunicação Popular; curso de Planejamento Territorial (realizado pela
Escola de Governo; curso de Gestão Ambiental Municipalizada; Oficina para
descentralização da gestão ambiental; curso de Formação de Jovens Agentes
Ambientais. Dessas atividades participaram mais de 960 pessoas.
Cabe ainda ressaltar que a equipe
técnica do processo de elaboração da Agenda 21 Local e do Plano Diretor
Municipal recebeu treinamento e acompanhamento da Secretaria Executiva de
Desenvolvimento Urbano do Estado do Pará (SEDURB), da Associação dos Municípios
do Araguaia e Tocantins (AMAT) e da Confederação Nacional dos Municípios (CNM),
através de quatro Fóruns Regionais realizados por essas instituições em Marabá
e através da visita de Força Tarefa dessas instituições no próprio Município,
garantindo um processo com qualidade técnica e participação popular.
4.5. PLANO ESTRATÉGICO DE
DESENVOLVIMENTO
Para os pressupostos da Agenda 21 o
desenvolvimento sustentável só acontecerá se for explicitamente planejado.
Historicamente está comprovado que as forças de mercado ou fenômenos
semelhantes não podem resolver os sérios problemas de integração das questões
ambientais, econômicas e sociais.
O objetivo principal da Agenda 21,
portanto, é a formulação e implementação de políticas públicas, por meio de
metodologia participativa, que produza um plano de ação para o alcance de um
cenário de futuro desejável pela comunidade, e que leve em consideração a
análise das vulnerabilidades e potencialidades de sua base econômica, social,
cultural e ambiental.
A construção e implementação de um
plano de ação é o elemento central do planejamento para o desenvolvimento
sustentável. Um plano estratégico aborda os problemas e necessidades em nível
sistêmico e, com uma perspectiva de longo prazo, mobiliza recursos locais
combinando os esforços das diferentes partes interessadas, para o alcance de
meta comum.
Um plano de ação estratégico propõe
metas concretas para se atingir o cenário de futuro desenhado pela comunidade
local, tanto a curto como a longo prazo. Após a determinação das metas
estratégicas, deve-se necessariamente, definir meios de implementação e
vincular as propostas e um processo existente de planejamento formal, tais
como: orçamentos plurianuais instrumentos fiscais, entre outros.
O plano resultante do processo da
Agenda 21 deverá refletir uma estratégia local para o desenvolvimento
sustentável, e segundo a metodologia sugerida pelo ICLEI e MMA: (1) ser claro e
conciso; (2) identificar as principais questões e metas a serem alcançadas, com
estratégias de ação para cada tema de acordo com os entraves identificados no
diagnóstico; (3) relacionar organizações e setores envolvidos; (4) definir as
responsabilidades de cada um; (5) estabelecer prazos; e, (6) definir formas de
acompanhamento das ações e avaliação de desempenho.
O plano estratégico foi elaborado a
partir dos objetivos e eixos estratégicos definidos pelo Fórum de
Desenvolvimento Local, com foco nas vocações identificadas. A Visão de
Futuro formulada “Queremos em 20 anos ser uma das regiões mais prósperas
do Brasil, valorizando o ser humano com qualidade de vida e respeitando os
processos naturais do meio ambiente”, foi proposta por representantes do
setor produtivo, poder público e sociedade civil, num encontro realizado para discutir
o desenvolvimento da região. No encontro ficou clara a necessidade de pensar as
dinâmicas locais integradas às dinâmicas microrregionais e se iniciou o
processo de criação do Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da BR-222
(Fotos).
Nos diversos encontros, reuniões
comunitárias, seminários, oficinas, realizados com grupos sociais e segmentos
produtivos, nos bairros e comunidades rurais e urbanos, foram aplicadas a
matriz de identificação de Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças, permitindo
que mais de 1.800 cidadãos e cidadãs, líderes comunitários e gestores públicos,
apresentassem sua perspectiva das potencialidades e fragilidades ao
desenvolvimento da comunidade, suas demandas e propostas para transformação da
comunidade visando alcançar um modelo sustentável de desenvolvimento.
Do relatório dessas atividades o
Núcleo Executivo Municipal construiu uma Matriz do Diagnóstico e do Plano
Estratégico de Desenvolvimento com a leitura da Realidade Municipal
identificando os problemas apresentados pela população e com as propostas de
Ações Estratégicas para minimizar ou superar esses problemas identificados,
agrupados por temas e precedidos da formulação de objetivos estratégicos e
diretrizes: (1) Urbanismo, Saneamento, Habitação e Mobilidade; (2) Saúde; (3)
Gestão Pública, Segurança, Administração, Tributos e Trânsito; (4) Esporte, Lazer,
Cultura e Turismo; (5) Educação; (6) Desenvolvimento Sustentável, Ciência, Tecnologia
e Meio Ambiente; (7) Assistência e Promoção Social; e, (8) Agricultura e Pecuária.
A Matriz do Diagnóstico e do Plano
Estratégico de Desenvolvimento foi apresentada à população em
Audiência Pública no dia 28 de agosto de 2006, após ampla mobilização e divulgação na comunidade, quando cerca
de 500 cidadãos e líderes da comunidade participaram da discussão, apresentando
novas contribuições com dados, informações e propostas, validando o documento apreciado
e elegendo 66 delegados para a I Conferência Municipal de Desenvolvimento
Sustentável.
O novo desafio do Núcleo Executivo
Municipal consistiu em dar à Matriz do Diagnóstico e do Plano Estratégico o
formato de um projeto de Lei Municipal do Plano Diretor Municipal, que seria
apresentado, discutido e validado pelos delegados durante a I Conferência
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável, que aconteceu no dia 05 de
setembro de 2006 e, posteriormente, enviado para apreciação e aprovação da
Câmara de Vereadores.
A I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Urbano Sustentável foi convocada através do Decreto Municipal no.
115/2006, com um Regimento Interno que previu uma
dinâmica integrando os Delegados em 04 Grupos de Trabalho: (1) Do
Desenvolvimento Sustentável; (2) Da Proteção e Inclusão Social; (3) Da
Estruturação e do Ordenamento Territorial; e, (4) Da Gestão Pública Municipal
Democrática e Participativa. Os delegados aprofundaram a análise dos dados
levantados no Diagnóstico, as informações contidas em mapas propondo o
zoneamento da cidade e do Município, e as propostas de diretrizes e ações
estratégicas, incorporando novas demandas, sugestões, dados e propostas, para,
ao final, aprovar a Minuta de Lei do Plano Diretor Estratégico de
Desenvolvimento Municipal Participativo.
A Câmara de Vereadores recepcionou o
Projeto em 20 de setembro de 2006 e uma equipe do Núcleo Gestor Local foi
designada para acompanhar sua tramitação e discussão em Sessão Especial que
reuniu as Comissões Técnicas Permanentes e levaram a aprovação do Plano com
apenas 3 (três) emendas aditivas, sendo o projeto sancionado pelo Prefeito e
transformado na Lei Complementar 001/2006, de 10 de outubro de 2006 (Anexo).
O Plano Estratégico, agora
transformado em Lei Diretora Municipal, estabeleceu a criação do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Sustentável – CMDUS, de caráter deliberativo e
com atribuição de acompanhar a implementação do Plano Diretor Municipal,
deliberando sobre questões relativas a sua aplicação; acompanhar a execução de
planos e projetos de interesse do desenvolvimento municipal; e, entre outros,
promover a pactuação de ações, planos, projetos e programas, entre os diversos
atores sociais, que promovam o desenvolvimento humano, social, econômico,
cultural e ecológico sustentável.
Em 21 de novembro de 2006 o CMDUS
depois de instalado e empossado aprova seu Regimento Interno e inicia os
procedimentos para a etapa seguinte que será a pactuação de uma Agenda das Ações
Prioritárias do Plano Estratégico de Desenvolvimento. O evento de posse do CMDUS foi acompanhado presencialmente
pela equipe do Departamento de Agenda 21 do Ministério do Meio Ambiente, que
selecionou o processo da Agenda 21 Local de Rondon do Pará para integrar o
vídeo que estava sendo produzido com as melhores experiências desses processos
realizados no Brasil (Foto).
4.6. PACTUAÇÃO DE AÇÕES E PLANO DE
IMPLEMENTAÇÃO
A Lei Complementar 001/2006 que dispõe
sobre o Plano Diretor Municipal Participativo de Rondon do Pará (Anexo)
previu no seu art. 158 que deveria ser criada a Agenda de Prioridades, com a
pactuação de Ações Estratégicas para o desenvolvimento municipal. Ao CMDUS
caberia a elaboração dessa Agenda, o que foi feito através da aplicação de uma
Matriz de implementação, prevista na metodologia da Agenda 21 Local,
estabelecendo prazos, responsáveis, parceiros e o âmbito de cada ação do Plano.
A partir de fevereiro 2007 os membros
do CMDUS, foram integrados em quatro Grupos de Trabalho com os mesmos temas
previstos na metodologia da I Conferência Municipal: (1) Do Desenvolvimento
Sustentável; (2) Da Proteção e Inclusão Social; (3) Da Estruturação e do
Ordenamento Territorial; e, (4) Da Gestão Pública Municipal Democrática e
Participativa. Esses grupos, compostos pelos Conselheiros do CMDUS e com a
adesão dos membros do Núcleo Gestor Local, foram responsáveis por elaborar a
proposta da agenda de pactuação.
A II Conferência Municipal do
Desenvolvimento Sustentável da Cidade de Rondon do Pará, convocada através dos
Decretos Municipais no. 050 e 056/2007 ocorreu nos dias 13 e 14 de
julho de 2007, com a participação de
mais de 100 delegados e participantes, discutiu o temário das III Conferências
Nacional e Estadual das Cidades, apreciou a proposta de pactuação apresentada
pelos Grupos de Trabalho, aprofundou a análise e, após propostas de alterações,
validou a Agenda de Ações Prioritárias do Plano Diretor Estratégico do
Desenvolvimento Municipal Participativo, enviando à Câmara de Vereadores, para ser transformado em
Lei Municipal, o que ocorreu após aprovação com apenas 04 (quatro) emendas e
foi sancionada pelo Prefeito, tornando-se a Lei Municipal no. 529, de
09 de abril de 2008 (Anexo).
A Agenda de Prioridades, de modo a
possibilitar a implementação do Plano, previu a classificação das ações
estratégicas em 4 níveis:
1. Âmbito da
ação:
Ação Local: aquela que pode ser
executada pela própria comunidade, com seus próprios recursos, isto é, que não
dependem de parceiros externos para sua execução.
Ação de Negociação: aquela que para ser executada precisa de parceria com atores externos à comunidade, como exemplos: o Governo do Estado, um Ministério do Governo Federal ou um agente financeiro.
2.
Responsável pela execução da ação:
Identificando qual instituição ou
órgão fica responsável por coordenar a execução dessa ação, de quem será
cobrada a iniciativa para sua realização. No caso da ação ser “local”, esse
órgão é responsável pela sua execução. No caso da ação ser de “negociação”,
esse órgão deverá dar os passos necessários para buscar as parcerias que vão
garantir a execução da ação.
3.
Parceiros:
São identificados os parceiros
necessários para que a ação seja executada plenamente.
4. Prazo:
Cada ação recebeu um prazo para ser
executada:
¨
Curto
prazo: cumpre-se em 02 (dois) anos.
¨
Médio
prazo: cumpre-se entre 03 (três) a 05 (cinco) anos.
¨
Longo
prazo: cumpre-se entre 06 (seis) a 10 (dez) anos.
Ao
classificar as ações por prazo, os delegados e conselheiros do CMDUS levaram em
consideração não apenas o tempo necessário para sua execução, a partir de abril
2008, quando a Agenda foi transformada em Lei Municipal n. 529/2008 (Anexo),
mas também os recursos necessários e disponíveis e sua urgência e relevância
para debelar os problemas identificados no Diagnóstico Socioambiental
Participativo e propostos no Plano Estratégico de Desenvolvimento.
5. META 1 - CAMPANHA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E DE
INFORMAÇÃO, SENSIBILIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DA POPULAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO NO
PROJETO
Essa meta foi pensada como uma etapa
permanente em toda a execução do projeto, tendo em vista a necessidade de
estimular a participação da população e contribuir para mudar a cultura local
que era focada na noção de “progresso”, muito aliada à visão desenvolvimentista
dos anos 70 no processo de ocupação da Amazônia, responsável pela degradação
ambiental que ocorreu na região. Durante a execução do projeto uma Campanha de
Educação de Ambiental com foco mais específico foi elaborada com o tema “Povo
Desenvolvido é Povo Limpo”, tendo o Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local
considerado prioritário estimular a população a não jogar lixo e entulhos nas
ruas, o que era um problema grave na cidade e graças a incidência da Agenda 21
e do projeto de Gestão Ambiental Municipal articulando os órgãos da
administração pública municipal e as organizações da sociedade civil, criou
mecanismo de regulação e fiscalização, atenuando fortemente o problema. Esta
Campanha promoveu o entendimento de que o cuidado com a cidade, com os espaços
físicos, é sinal de um povo desenvolvido.
Os indicadores físicos de execução da
meta estão previstos quantitativamente nas atividades previstas: 2.000 folder;
2.000 cartazes; 20 banner; 04 outdoor; 300 vinhetas para rádio; 24.000 jornais
informativos; 1.000 revistas; 500 cartilhas; 150 clipes para televisão. Os indicadores qualitativos estão previstos
no conteúdo desse material produzido, que devia versar sobre Agenda 21,
desenvolvimento sustentável, divulgar as ações previstas no projeto e trazer ao
conhecimento público as atividades econômicas sustentáveis existentes no
Município. Outro aspecto relevante como indicador qualitativo seria a mudança
na administração pública da visão desenvolvimentista de “progresso” para uma
compreensão mais adequada de “desenvolvimento sustentável” e “cidadania”.
O material foi produzido pela equipe
do projeto, com participação dos membros do Fórum de Desenvolvimento
Sustentável de Rondon do Pará, com o conteúdo previsto e utilizado no decorrer
na execução do projeto. Foram produzidos dois tipos diferentes de folder: 01
apresentando o Fórum de Desenvolvimento Sustentável de Rondon do Pará
e o folder apresentando o Projeto e o passo-a-passo da Agenda 21 em nossa
cidade. Esse material foi utilizado de forma permanente durante toda
a execução do projeto. Foram produzidos dois tipos de cartazes: o primeiro um
modelo permanente para utilização durante todo o projeto, divulgando a Agenda
21 Local; e o segundo específico para divulgação da I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Sustentável. Foi produzido o banner
na quantidade prevista, para ambientes interiores e distribuídos entre
repartições públicas municipais envolvidas no processo de construção da Agenda
21. Foram
produzidos outdoors específicos sobre a Campanha “Povo Desenvolvido é Povo Limpo”. A parceria com as Rádios
Rondon FM (comercial) e “ComVida FM” (comunitária) possibilitou um uso mais
integrado dessa mídia, não apenas através das vinhetas, mas de participações ao
vivo, de entrevistas e de uma parceria permanente de divulgação do processo da
Agenda 21 Local, como resultado tivemos um espaço muito maior do que a produção
e reprodução de 300 vinhetas, mas sim um uso permanente e articulado desses
espaços. Foram produzidos 2.000 jornais informativos com uma repercussão muito favorável por divulgar as iniciativas econômicas
sustentáveis da cidade, apresentar dados e indicadores e por isso foi muito
requerido nas Escolas e órgãos públicos locais, além das entidades
representativas de classe. A partir daí a equipe considerou melhor utilizar os
espaços existentes de mídia impressa da administração pública municipal e
outros espaços locais de iniciativa de associações e pessoais (Jornais
“O Semanário”; “A Gazeta do Comércio”; “A
Gazeta”; “O Desenvolvimento”, “Diário de Carajás” e “O
Regional”). A revista foi produzida em formato cartilha junto com a outra
cartilha, uma apresentando o diagnóstico socioeconômico da cidade e a outra
apresentando a Agenda 21 pactuada, para que pudessem estar padronizadas.
A Campanha
“Povo Desenvolvido é Povo Limpo” organizada em parceria com o Projeto de
Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal foi um marco na história da
cidade, por ter sido a primeira iniciativa para discutir a disposição e
coletiva de lixo e dos resíduos sólidos. Com a realização de uma Oficina de
“Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos” foi possível identificar os entraves e pensar
mecanismos de reestruturação desse setor, juntando numa parceria a Secretaria
Municipal de Obras, a Secretaria Municipal de Finanças, a Secretaria Municipal
de Meio Ambiente e a Agenda 21 Local com as entidades de moradores de bairros.
Pelos
indicadores quantitativos e qualitativos apresentados, a meta foi atingida
plenamente, tendo algumas atividades tido resultado acima do previsto,
especialmente a mídia para rádio (cuja parceria com as duas emissoras locais
possibilitou um amplo uso desses espaços que superou a expectativa de mera
reprodução de vinhetas) e a revista-cartilha, cuja edição superou as 1.500
unidades previstas, tendo sido impressas 2.000 exemplares. O
não cumprimento da atividade prevista ocorreu com a produção da mídia para
televisão, devido ao fato explicado anteriormente. Mas no geral a meta cumpriu
sua função de mobilizar a participação, de envolver a população no processo,
pois cerca de 10% da população da cidade participou diretamente das atividades
desenvolvidas no decorrer do processo, tais como reuniões, seminários,
conferências e audiências públicas, um acontecimento inédito e até então
impensável para uma comunidade com uma cultura de baixa participação nas ações
públicas. Como decorrência disso, a Agenda 21 Local de Rondon do Pará foi
escolhida pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das 10 Agendas de
referência em todo o Brasil e incluída no vídeo produzido pelo MMA.
6. META 2 - LEVANTAMENTO DE DADOS
SECUNDÁRIOS JUNTO A ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E ENTIDADES PRIVADAS
No tempo em
que o projeto foi executado existiam poucos dados socioeconômicos e
estatísticos disponíveis na administração pública municipal. Os documentos
oficiais, tais como os planos, reproduziam os dados uns dos outros, numa
repetição circular de informação pouco qualificada. O desafio era conseguir
dados mais consistentes e para isso seria necessário buscar parcerias, por isso
foram previstas como atividades: adquirir 03 publicações com dados
estatísticos, 01 viagem de deslocamento da equipe e 01 consolidação do
diagnóstico socioambiental local.
Naquele período a internet só existia na
cidade no prédio da Prefeitura que tinha uma antena via satélite com baixa
velocidade. Pouco tempo depois do início do projeto foi instalado o primeiro
provedor de internet da cidade e a equipe do projeto achou mais consistente
comprar os equipamentos (antenas de recepção de sinal, roteadores etc) e
instalar internet no prédio da Agenda 21, disponível aos membros do Fórum de
Desenvolvimento Local e outras organizações que necessitassem, deixando assim
de adquirir as 03 publicações previstas e ao invés disso custeando o acesso a
internet que foi mais útil. A partir daí estimulou-se uma cultura entre os
parceiros da Agenda 21 de utilizarem dados mais atualizados disponíveis em
sites do IBGE, dos órgãos federais e estaduais.
Entretanto,
foram realizadas 03 viagens de deslocamento até Belém, a capital do Estado,
distante 540 km do Município, e 02 aos Polos Regionais Marabá e Paragominas,
distantes de Rondon do Pará 146 e 247 km respectivamente, para estabelecer
parcerias com instituições que pudessem contribuir com dados qualificados para
o projeto e parceria com o Município. O principal resultado foram as parcerias
estabelecidas com o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena
Empresa), com o Governo do Estado do Pará através da SECTAM (Secretaria de
Estado de Meio Ambiente), da SEPOF (Secretaria de Estado de Planejamento,
Orçamento e Finanças), da Secretaria de Estado de Integração Regional, do
ITERPA (Instituto de Terras do Pará); e do Governo Federal, através da EMBRAPA
(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) que disponibilizou seu Zoneamento
Agroecológico realizado no Município e do SIVAM (Sistema de Vigilância da
Amazônia), que disponibilizou a instalação de uma unidade de captação de dados
no próprio prédio da Agenda 21 no Município, chamada de estação VSat composta
por uma antena conectada no sistema do SIPAM via satélite, um computador e
impressora, além de ter repassado informações atualizadas através de mapas
georreferenciados e dados relevantes sobre a evolução do desmatamento no
Município e na região, tendo também enviado seus técnicos para participarem de
eventos de capacitação realizados pela Agenda 21 Local.
A meta foi
atingida plenamente e superou as expectativas, pois o indicador previsto para
seu cumprimento era o Diagnóstico Socioambiental Local consolidado, o que
ocorreu, tendo sido publicado em formato de revista-cartilha e distribuído para
a comunidade, além de terem sido articuladas e formalizadas as
parcerias institucionais acima descritas. O passo-a-passo e a metodologia para
elaboração do Diagnóstico Socioambiental Participativo foram esmiuçadas no item
4.3 deste relatório.
7. META 3 - REALIZAR 06 ENCONTROS
SEGMENTADOS PARA LEVANTAMENTO DE DADOS QUALITATIVOS JUNTO AOS SEGMENTOS
PRODUTIVOS E GRUPOS SOCIAIS RELEVANTES
Essa meta
foi prevista para levantamento de dados qualitativos para o Diagnóstico
Socioambiental, para o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável Local e
para definição de uma Visão de Futuro, através da mobilização e participação
direta da comunidade, especialmente de seus segmentos socioeconômicos,
possibilitando a apreensão da percepção das dificuldades e das oportunidades
diretamente desses segmentos, dando um perfil participativo e contextualizado
ao diagnóstico e ao plano.
Os
indicadores objetivos da meta são a mobilização e realização de seis encontros
com diferentes segmentos socioeconômicos locais, dentre os setores: madeireiro,
da pecuária, agrícola, de serviços, gestores públicos e grupos sociais
vulneráveis ou relevantes. Para o indicador qualitativo foi aplicada a matriz
de “Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças”, como parte do Método Altadir
de Planejamento Participativo. Os relatórios desses encontros foram transformados numa Matriz do Diagnóstico e do Plano Estratégico da qual foi extraída a Visão de Futuro, dados para a leitura da realidade
municipal do Diagnóstico Socioambiental e propostas de ações e objetivos para o
Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável Local. Esses dados foram
agrupados nos seguintes Temas: 1) Urbanismo, Saneamento, Habitação e
Mobilidade; 2) Desenvolvimento Sustentável, Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente; 3) Saúde; 4) Assistência e Promoção Social; 5) Esporte, Lazer,
Cultura e Turismo; 6) Gestão Pública: Segurança, Administração, Tributos e
Trânsito; e, 7) Agricultura e Pecuária.
A meta foi
cumprida com êxito, superando as expectativas, pois foram realizados 15
encontros numa primeira etapa e 15 encontros numa segunda etapa, totalizando 30
encontros com grupos segmentados. Esse acréscimo de encontros foi necessário
para conseguirmos absorver a totalidade da visão dos diferentes segmentos da
comunidade e para possibilitar uma participação mais ampla, uma vez que uma das
características do Diagnóstico Socioambiental e do Plano Estratégico de
Desenvolvimento é que fossem realizados de forma participativa, já que o
referencial teórico para esse processo se baseia na teoria de Carlos Matus do
Planejamento Estratégico Situacional, rompendo com o paradigma normativista do
planejamento tradicional.
Foram
realizados 30 encontros com os seguintes segmentos:
¨ Comunidade
da Vila Mantenha e do Pitinga, dois encontros realizados em 09 de
novembro 2003 e 14 de julho de 2006, com cerca de 60 participantes cada um.
¨ Comunidades
da Vila Gavião e Assentamento NSra. Aparecida, dois encontros em 09
de novembro 2003 e 13 de julho de 2006, com cerca de 50 participantes cada um.
¨ Comunidade
dos Assentamentos Nova Vitória e Zé Dutra, dois encontros realizados
em 13 de novembro 2003 e 13 de julho de 2006, com cerca de 50 participantes
cada um.
¨ Comunidade
da Vila Santa Helena e Projeto Casulo, dois encontros realizados em
17 de novembro de 2003 e 03 de agosto de 2006, com cerca de 40 participantes
cada um.
¨ Comunidade
da Vila Santa Lúcia, dois encontros realizados em 18 de novembro de
2003 e 04 de agosto de 2006, com cerca de 40 participantes cada um.
¨ Comunidade
do Acampamento Água Branca, encontro realizado em 18 de novembro de
2003, com cerca de 70 participantes.
¨ Comunidade
da Vila Alvorada, encontro realizado em 19 de novembro de 2003, com
cerca de 50 participantes.
¨ Artesãos, encontro realizado em 14 de dezembro de 2003, com cerca de 20
participantes. Esse encontro evoluiu para a criação da
Associação dos Artesãos de Rondon do Pará, que depois se unificou com a
Associação de Moveleiros.
¨ Diretores de
Escolas, encontro realizado em 15 de dezembro de 2003, com cerca de
25 participantes.
¨ Moveleiros, um conjunto de atividades, dos quais o primeiro encontro aconteceu em 20
de dezembro de 2003, com encontros seguintes em 16 de setembro de 2004,
realização do I Seminário em 16 de setembro de 2005, criação da Associação dos
Moveleiros e Artesãos durante o II Seminário em 30 de setembro de 2005 e
reunião para levantamento de diagnóstico do segmento em 08 de fevereiro de 2006
e 20 de fevereiro de 2006, seguidos de outras atividades do Comitê Tecnológico
de Móveis e Artefatos de Madeira da BR-222. Esse segmento passou a ser
articulado de forma permanente pela Agenda 21, por ter sido considerado como
uma das Vocações do Município, evoluindo para a criação da AMARP – Associação
de Moveleiros de Rondon do Pará e para a articulação do Polo Moveleiro da
BR-222.
¨ Feirantes, dois encontros realizados em 10 de julho de 2004 e 22 de setembro de 2004,
com cerca de 40 participantes cada. Esse segmento evoluiu para a
criação da Associação dos Feirantes de Rondon do Pará e a articulação do
Programa DRS – Desenvolvimento Regional Sustentável, numa parceria da Agenda 21
com o Banco do Brasil e o Governo do Estado para implantação do microcrédito.
¨ Produtores
de carvão, encontro realizado em 06 de abril de 2006, com cerca de
50 participantes.
¨ Comunidade
do Bairro Recanto Azul, encontro realizado em 05 de julho de 2006,
com cerca de 140 participantes.
¨ Comunidade
do Bairro Miranda, encontro realizado em 17 de julho de 2006, com
cerca de 70 participantes.
¨ Comunidade
dos Bairros Gusmão e Guanabara, encontro realizado em 08 de julho de
2006, com cerca de 60 participantes.
¨ Comunidade
dos Bairros Parque Elite e Bela Vista, encontro realizado em 10 de
julho de 2006, com cerca de 80 participantes.
¨ Comunidade
do Bairro Centro, encontro realizado em 11 de julho de 2006, com
cerca de 60 participantes.
¨ Comunidade
do Bairro Jaderlândia, encontro realizado em 12 de julho de 2006,
com cerca de 50 participantes.
¨ Comunidade
da Vila Progresso, encontro realizado em 14 de julho de 2006, com
cerca de 60 participantes.
¨ Encontro
Temático no Núcleo Universitário, encontro realizado em 18 de julho
de 2006 no Núcleo Universitário, com cerca de 80 participantes, com uma
metodologia diferenciada de discussão em grupos temáticos.
¨ Comunidade da
Vila da Paz e Km 56, encontro realizado em 03 de agosto de 2006, com
cerca de 60 participantes.
¨ Líderes
juvenis, dois encontros realizados em 29 de janeiro de 2007 e 20 de
dezembro de 2007, com a participação de cerca de 40 jovens em cada. Essa articulação juvenil foi iniciada
com a criação do Comitê Jovem da Agenda 21, durante o Seminário da Agenda 21,
se transformando posteriormente no Conselho Municipal da Juventude de Rondon do
Pará e no Coletivo Jovem de Educação Ambiental.
8.
META
4 - IMPLEMENTAR 24 OFICINAS E ENCONTROS DE TRABALHO
Essa meta
foi prevista com dois objetivos: num primeiro momento, consolidar o Diagnóstico
Socioambiental e o Plano Estratégico; e, num segundo momento, criar mecanismos
que possibilitem a continuidade do projeto através da pactuação, implementação
e monitoramento das ações prioritárias previstas no Plano.
Foram
previstos como indicadores objetivos os produtos: a contratação de facilitador,
digitador e monitor, e a realização de 14 oficinas e 10 encontros de trabalho
como momentos de participação e produção coletiva.
Os
indicadores qualitativos seriam seis: 1) as estratégias, metas e ações
definidas e incorporadas ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável;
2) a construção de programas e projetos a partir das ações prioritárias do
Plano Estratégico; 3) a pactuação desses programas e projetos e sua inclusão
nos processos de planejamento formal existentes no poder público e nas
entidades privadas; 4) o monitoramento, acompanhamento e avaliação permanente
da implementação das ações pactuadas; 5) a execução das ações sob
responsabilidade do Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local; e, 6) a
definição compartilhada de uma Visão de Futuro.
Inicialmente a previsão era de que o Fórum de
Desenvolvimento Sustentável Local seria dividido em cinco Grupos de Trabalho
temáticos. No entanto, na medida em que o Fórum adquiriu credibilidade social e
assumiu o papel de principal espaço aglutinador das discussões sobre
desenvolvimento local e articular de diferentes atores sociais, assumiu o
compromisso de coordenar o processo de elaboração do Plano Diretor Municipal
Participativo. Essa perspectiva além de fortalecer o processo da Agenda 21
Local evitou que acontecesse fragmentação de iniciativas, tornando-se numa
referência para reaplicação da metodologia em outras localidades, o que levou
essa experiência a ser convidada a ser relatada no Seminário Internacional “Agenda 21 Local e Desenvolvimento Sustentável nas Cidades do Mercosul”,
realizado em 2006 durante a I Cúpula Social do Mercosul (Anexo 50 – Revista Mercociudades, publicação oficial do
evento).
Para atender as novas demandas
metodológicas, os membros do Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local
passaram a constituir cinco Equipes de Trabalho: 1) Equipe de Comunicação, com
o objetivo de otimizar a utilização dos meios, instrumentos e canais de
comunicação disponíveis no município para divulgar as informações referentes à
elaboração do Plano Diretor; 2) Equipe de Mobilização, com o objetivo de definir
e implementar diretrizes de mobilização e capacitação, possibilitando a
formação de espaços de participação; 3) Equipe Técnica, com o objetivo de
reunir, sistematizar e disponibilizar dados e informações ora em linguagem
acessível (para que possa orientar as discussões comunitárias) ora em linguagem
técnica (necessária para subsidiar a formulação da lei); 4) Equipe do Núcleo
Executivo Municipal – NEM, com o objetivo de coordenar o cronograma de
atividades, articular internamente as equipes com demais órgãos da estrutura
administrativa municipal, validar documentos resultantes dos processos
participativos e disponibilizar as informações, produtos e processos para os
demais membros do Fórum e demais instâncias participativas; e, 5) Núcleo Gestor
Local – NGL, com o objetivo de coordenar o processo de elaboração do Plano
Diretor Municipal, constituindo-se como instância deliberativa de condução do
processo, cujo passo-a-passo foi previsto no “Plano de Ação para Elaboração do
Plano Diretor Municipal Participativo em conjunto com a Agenda 21 Local de
Rondon do Pará”.
O Plano de Ação previu sua execução em
quatro etapas: 1) Elaboração do Plano de Ação; 2) Diagnóstico Socioambiental
Participativo; 3) Seleção e Pactuação dos Temas Prioritários; e, 4) Formatação
do Plano Estratégico Diretor do Desenvolvimento Municipal Sustentável. O
Diagnóstico Socioambiental e o Plano Estratégico foram apresentados para
discussão e homologação com a população numa Audiência Pública em 28 de agosto
de 2006, e formatado com características de Projeto de Lei durante a I
Conferência Municipal de Desenvolvimento Sustentável, em 05 de setembro de
2006. Com sua aprovação pela Câmara de Vereadores, consolidada na Lei
Complementar no. 001 em 10 de outubro de 2006, o Fórum de Desenvolvimento
Sustentável Local tornou-se o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável
(CMDUS), agora com a missão de dar sequencia ao segundo momento da meta, que seria criar os mecanismos que possibilitem a
continuidade do projeto através da pactuação, implementação e monitoramento das
ações prioritárias previstas no Plano Estratégico.
O segundo objetivo desta meta que seria criar mecanismos que possibilitem a
continuidade do projeto através da pactuação, implementação e monitoramento das
ações prioritárias previstas no Plano Estratégico, está em interface e
inter-relacionado com a Meta 08. E para isso os seguintes passos foram dados:
O CMDUS constituiu 04 Grupos de
Trabalho temáticos: 1) Política de Desenvolvimento Local; 2) Proteção e Inclusão
Social; 3) Estruturação e Ordenamento Territorial; e, 4) Gestão Pública
Democrática e Participativa. Esses grupos fizeram reuniões de trabalho no
período de março a junho 2007, pactuando essas propostas para
elaborar a Agenda de Prioridades a partir das ações estratégicas previstas no
Plano Diretor Municipal Participativo, estruturadas em 04 diretrizes gerais.
Esse trabalho foi consolidado na II Conferência Municipal de Desenvolvimento
Sustentável, realizada em 13 de julho de 2007 e aprovado pela Câmara de
Vereadores como a Lei Municipal no. 529, de 09 de abril de 2008.
Uma matriz operacional com os meios de
implementação agrupou as ações de cada diretriz em temas e foram classificações
quanto: a) ao âmbito da ação (as Ações de Âmbito Local, são as que podem ser
implementadas pelo poder público municipal e a sociedade civil local, com
recursos próprios; já as Ações de Pactuação ou Negociação, são aquelas que para
serem executadas necessitarão de parceria com outras instituições públicas ou
privadas de âmbito não local); b) ao prazo para realização (as de Curto Prazo,
devendo ser executadas até 2 anos após a aprovação da lei; as de Médio Prazo,
devendo ser executadas até 5 anos após a aprovação da lei; e as de Longo Prazo,
devendo ser executadas até 10 anos após a aprovação da lei); e, c) foram
identificadas com um Responsável por coordenar sua execução e possíveis
Parceiros.
Com essa matriz operacional aprovada e
transformada em Lei Municipal, o CMDUS considerou ser possível responsabilizar
o Poder Público pela execução das ações sob sua responsabilidade e comprometer
os atores da Sociedade Civil com as ações sob sua coordenação. O Projeto “Rondon
do Pará e Sua Agenda 21: O Futuro é Aqui” foi concluído quando os primeiros passos
seriam dados para incluir essas ações da Agenda de Prioridades nos processos
formais de planejamento já existentes, tais como a Lei Orçamentária Anual, na
Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual (que só viria a ser
elaborado no ano seguinte).
Dessa forma, essa meta foi concluída
satisfatoriamente, com 36 atividades (7 reuniões de trabalho, 2 seminários, 1
oficina, 2 audiências públicas, 2 conferências e 21 encontros de trabalho) a
partir do novo planejamento das atividades em resposta aos desafios e demandas
sociais e políticas apresentadas na conjuntura, unificando os processos de
elaboração da Agenda 21 Local, do Plano Diretor Municipal Participativo.
Foram realizadas as seguintes
atividades visando atender aos objetivos desta Meta:
¨
Reunião
do Fórum de Desenvolvimento Local: realizada em 31 de agosto de 2004, para
apreciar os dados levantados nos encontros com as comunidades e segmentos
socioeconômicos que irão compor o Diagnóstico e o Plano Estratégico, para
aprovar o calendário de atividades e alterar a composição do Fórum. Nessa
reunião ficaram referendadas como vocações prioritárias do Município a pecuária
leiteira e os derivados de madeira, devendo ser trabalhados para sua
estruturação como arranjos produtivos locais. O Fórum também deliberou
suspender suas atividades durante o período eleitoral até o final do ano.
¨
Reunião
com produtores rurais: a mobilização desse segmento começou em 29 de junho de
2004, para discutir as carências do setor e a viabilidade do PRONAF, tendo como
continuidade com a articulação da vinda de representante da diretoria regional
do Banco da Amazônia para novo encontro com o segmento dias 21 e 22 de maio de
2005, com a sistematização pela equipe da Agenda 21 de um pré-diagnóstico do
setor divulgado dia 09 de junho de 2005, a criação do GT Bacia Leiteira e
Agroindústria Sustentável e a organização do Seminário da Bacia Leiteira.
¨
Seminário
da Bacia Leiteira: realizado pelo GT Bacia Leiteira e Agroindústria Sustentável
em 17 de junho de 2005, em parceria com o Governo do Estado do Pará (Fundo de
Desenvolvimento Econômico), ADEPARÁ, EMATER e SEBRAE, que aprofundou a
discussão sobre as oportunidades e os entraves ao setor, resultando na decisão
de uma articulação mais ampla do setor na BR222, no compromisso do Banco da
Amazônia em implantar uma agência no Município e numa parceria com o SEBRAE
para incluir a Bacia Leiteira do Município no seu programa de fomento regional.
¨
I
e II Seminários do Polo Moveleiro e Artesão do Município, resultado da
iniciativa do Fórum de Desenvolvimento em articular o arranjo produtivo local
de derivados de madeira, o I Seminário foi realizado em 16 de setembro de 2005
e o II Seminário em 30 de setembro de 2005, ambos com o apoio e participação do
SEBRAE, que incluiu esse arranjo produtivo local no seu programa de fomento
regional a Móveis e Artefatos de Madeiras. Como resultado dessas iniciativas,
além das ações de capacitação, no ano seguinte o Governo do Estado do Pará,
através da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, incluiu
esse segmento no Programa PIT-Pará (Polos de Inovação Tecnológica) ampliando
sua territorialidade para a microrregião da BR222.
¨
Oficina
de Trabalho para Elaboração do Plano de Ação, realizada em 14 de março de 2006,
com 118 participantes. O Plano de Ação teve como objetivo fazer a
integração metodológica dos processos de elaboração da Agenda 21 Local com o
Plano Diretor Municipal Participativo, conforme determinação do Decreto
Municipal n. 057/2006 (Anexo 8), prevendo as atividades a serem desenvolvidas
com respectivo calendário e delineando as Equipe de Trabalho a serem
constituídas.
¨
Foram
09 Encontros de Trabalho, dos quais 07 do NEM - Núcleo Executivo Municipal
(dias 11, 13, 22 e 28 de março; 03 de maio; 04 e 07 de julho) e 02 do NGL - Núcleo
Gestor Local (dias 23 de março e 03 de julho), produzindo e preparando os
instrumentos necessários, tais como nivelamento da metodologia repassada nos
treinamentos executados pelo Governo do Estado, Ministério das Cidades e
Federação dos Municípios, propostas para o Plano de Ação e organização da
Oficina de sua elaboração, Apresentação do processo de elaboração do
Diagnóstico e do Plano Estratégico, organização e Regulamentos para as
Audiências Públicas, encontros dos quais o Anexo 57 contém as Listas de
Presença. Depois foram realizados outros encontros de trabalho do NEM e do NGL,
dos quais não foi possível resgatar os registros.
¨
Audiência
Pública de Lançamento do Plano Diretor de Desenvolvimento, realizada em 30 de
março de 2006, com mais de 650 participantes, com uma ampla mobilização da
população através da mídia local (rádios, carros-som) e de um pit-stop
realizado na principal avenida com distribuição de panfletos. Durante a
Audiência a população foi informada e participou com sugestões e
esclarecimentos sobre todos os passos e procedimentos metodológicos que seriam
adotados para elaboração do Diagnóstico Socioambiental e do Plano Estratégico de
Desenvolvimento, inclusive do calendário de reuniões e encontros nas
comunidades, bairros e segmentos sociais. Também foi feito o lançamento da
Campanha “Povo Desenvolvido é Povo Limpo”, com a premiação das melhores frases
elaboradas num concurso organizado previamente pela equipe da Agenda 21 nas
escolas. Os membros do NGL - Núcleo Gestor Local e do NEM - Núcleo Executivo
Municipal foram apresentados e referendados pela população.
¨ Reunião
do Fórum de Desenvolvimento Local, realizada em 27 de julho de 2006, pela
coordenação ampliada, com o objetivo de avaliar o processo de elaboração da
Agenda 21 e deliberar pela unificação do Fórum com o Conselho da Cidade –
futuro CMDUS - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável.
¨ Audiência
Pública de Homologação do Diagnóstico e do Plano Estratégico de Desenvolvimento
Sustentável Local, realizada em 28 de agosto de 2006, com mais de 400
participantes, onde foi apresentada a matriz do Diagnóstico Socioambiental e do
Plano Estratégico, abrindo para a participação popular através de proposições e
esclarecimentos, quando novas propostas foram adicionadas ao documento. Também
foram eleitos os delegados que comporão a I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Sustentável que teria a atribuição de aprovar a versão
definitiva do Projeto de Lei com o Plano Diretor Municipal (Diagnóstico e Plano
Estratégico) a ser enviada para apreciação do Poder Legislativo.
¨
I
Conferência Municipal de Desenvolvimento Sustentável, realizada em 05 de
setembro de 2006, com a participação dos delegados eleitos durante a Audiência
Pública de Homologação do Plano Diretor Municipal. A Conferência foi convocada
pelo Decreto Municipal n. 115/2006, regulamentada pelo seu Regimento
Interno e teve como objetivo discutir sobre o desenvolvimento
sustentável local e validar o Projeto de Lei do Plano Diretor Municipal, além de eleger os membros do então criado CMDUS - Conselho Municipal de
Desenvolvimento Urbano Sustentável. Durante a Conferência os delegados foram
organizados em 04 Grupos de Trabalho segundo os temas das Diretrizes Gerais: Grupo
1 – Do Desenvolvimento Sustentável (Da Política de Desenvolvimento Local,
Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente; Agricultura e Pecuária; e Infraestrutura).
Grupo 2 – Da Proteção e Inclusão Social (Da Promoção Social; Educação; Esporte
e Lazer, Cultura e Turismo; Saúde; Assistência Social; Segurança; e Segurança
do Consumidor). Grupo 3 – Da Estruturação e Ordenamento Territorial (Da Regularização Fundiária; Política
de Habitação; Habitação de Interesse Social; Macrozoneamento; Diretrizes do
Zoneamento Urbano; Zoneamento Urbano da Sede; Zoneamento das Outras Localidades
Urbanas; Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano; e Instrumentos
Urbanísticos). Grupo 4 – Da Gestão Pública Democrática e
Participativa (Da Acessibilidade
e Mobilidade Sustentável; Saneamento; Da Estrutura
Administrativa; Tributos; Sistema Integrado de Informações; Sistema de Gestão
do Plano Diretor; Disposições Transitórias); de modo que pudessem analisar e opinar sobre os dados do
Diagnóstico e as propostas de Objetivos, Diretrizes específicas e as Ações
Estratégicas do Plano.
¨ Instalação
do CMDUS - Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, através do
Decreto Municipal n. 130/2006, em três reuniões de trabalho. Logo
após a sua posse, em 10 de novembro de 2006, os Conselheiros se debruçaram na
tarefa de aprovar o Regulamento Interno do Conselho, o que ocorreu em sua
primeira reunião dia 21 de novembro de 2006; e na organização dos Grupos de
Trabalho temáticos, o que ocorreu em sua segunda reunião dia 27 de fevereiro de
2007, cujo objetivo seria dar sequencia ao processo de elaboração da Agenda 21
Local, agora com a aprovação da Agenda de Ações Prioritárias.
¨
Os
quatro Grupos de Trabalho criados pelo CMDUS fizeram 12 Encontros de Trabalho no
período de março a junho 2007, pactuando propostas e elaborando a Agenda de
Prioridades a partir da Ações Estratégicas previstas no Plano Diretor do
Desenvolvimento Municipal. Essa ação foi consolidada na II Conferencia
Municipal de Desenvolvimento Sustentável e posteriormente foi transformada pela
Câmara de Vereadores na Lei Municipal n. 529/2008.
¨
A
II Conferência Municipal de Desenvolvimento Sustentável, realizada em 13 de
julho de 2007, foi convocada pelos Decretos Municipais 050 e 056/2007 e
regulamentada pelo seu Regimento Interno, com o objetivo de discutir
os temas da III Conferência Nacional das Cidades e concluir o processo de
elaboração da Agenda 21 Local. Utilizando como referencia o Plano Diretor
Municipal os delegados se debruçaram sobre uma matriz operacional que
gerou uma “Agenda de Prioridades” com critérios para a implementação do Plano,
conforme orientação da “Apresentação” que os delegados receberam na abertura da
Conferência. Essa matriz após elaborada e aprovada pelos Delegados da
Conferência foi enviada ao Poder Legislativo que a transformou na Lei Municipal
n. 529/2008, de 09 de abril de 2008. Além disso, os delegados
organizados em Grupos de Trabalho selecionaram 16 propostas de Ações
Estratégicas para serem pactuadas e executadas, relatadas na Meta 8 deste
relatório.
¨
Reunião,
em formato de Seminário, com o setor público, setor produtivo e a sociedade
civil para conhecer a experiência de “Município Verde” de Paragominas,
prosseguindo no desafio de enfrentar a crise ambiental e socioeconômica
regional. Realizada em 28 de março de 2008, coordenada pela Agenda 21 Local e pelo
CIDES – Consorcio Intermunicipal Para o Desenvolvimento Sustentável da BR222, na
Câmara de Vereadores, com cerca de 60 participantes. Deliberou-se pela
realização de um grande seminário envolvendo o setor produtivo, a população e
as três esferas do poder público dos Municípios da BR222 para pactuarem ações
que promovam a sustentabilidade na região.
9.
META
5 - PROMOVER 11 SEMINÁRIOS
Essa meta
foi prevista para possibilitar espaços e momentos de reflexão, capacitação e
discussão de temas que interessam ao Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local
e a comunidade em geral. São indicadores objetivos as atividades previstas que
são a realização de 11 seminários multitemáticos, a saber: 01 para
nivelamento sobre Agenda 21 e Desenvolvimento Sustentável; 01 para consolidação
da visão de futuro da comunidade; 01 de caráter regional, visando a
identificação de mecanismos de integração para o desenvolvimento sustentável da
Microrregião da BR222; 01 de transição e afirmação de compromissos entre a
atual administração municipal e o gestor eleito em 2004; e, 07 de capacitação,
visando o fortalecimento do Fórum e seus membros, devendo versar sobre os
temas: elaboração de projetos, educação e gestão ambiental, gestão de organizações
sociais e noções de planejamento estratégico, captação de recursos, consumo sustentável,
negociação de conflitos e
comunicação social comunitária.
O indicador qualitativo para esta meta
está relacionado com o fortalecimento do Fórum de Desenvolvimento Sustentável
Local e a capacitação de seus membros a respeito de temas afins com a Agenda 21
Local e com os desafios que se apresentariam numa dinâmica de desenvolvimento
local da comunidade.
Foram
realizados 04 seminários, 03 oficinas, 04 cursos, 02 encontros e 01 reunião,
todos em formato de seminários temáticos (totalizando 15 atividades de
capacitação, discussão e pactuação), visando o cumprimento desta Meta:
¨ Seminário de
Agenda 21 Local, realizado dias 25 e 26 de maio de 2005, para promover a
nivelação dos membros do Fórum de Desenvolvimento Sustentável e da comunidade,
com cerca de 150 participantes, contado com a presença do Ministério do Meio
Ambiente, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente e do
Sistema de Proteção da Amazônia – SIPAM, entre outros atores regionais e
locais, culminando com a criação do Comitê Jovem da Agenda 21 Local e
articulação do Coletivo dos Educadores Ambientais Locais.
¨ Seminário de
Educadores Ambientais do Carajás, realizado em 07 de julho de 2005, numa
iniciativa da Agenda 21 Local com o Coletivo de Educadores Ambientais e a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá, com a participação de cerca de
60 educadores ambientais da região, constituiu-se num primeiro momento de
articulação regional, com a presença do Ministério da Educação, do Ministério
do Meio Ambiente, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente e de diversas Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Educação de
15 Municípios da região do Carajás, no sul e sudeste paraense. O relato do evento foi
publicado como artigo nas paginas 15 a 21 da Revista Brasileira de Educação
Ambiental n. 02, editada pela REBEA – Rede Brasileira de Educadores Ambientais
em 2007.
¨ Oficina de
Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, realizado no período de 02 a 05 de
agosto de 2005, com 40 participantes, foi o impulso inicial para que o Fórum
conduzisse uma discussão sobre o gerenciamento de resíduos na cidade, contribuindo
para reestruturação desse setor na administração pública municipal e incidindo
diretamente no problema da disposição e coleta de lixo durante a Campanha de
Educação Ambiental prevista na Meta 1. Apesar de não conseguirmos resgatar o
registro das várias reuniões entre os órgãos da administração municipal para
reorganizar o setor de coleta d elixo, no Anexo 48 estão cópia do certificado e
registro fotográfico da oficina, do folheto de divulgação do novo calendário de
coleta de lixo e entulhos na cidade, dos adesivos e um exemplar do folder da
Campanha Povo Desenvolvido é Povo Limpo, executado em parceria com o Projeto de
Fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal.
¨ I Encontro
para Elaboração do Projeto de Desenvolvimento Sustentável da BR222, realizado
nos dias 13 e 14 de dezembro de 2005 em parceria com a Secretaria de Estado de
Agricultura, num formato de seminário, reuniu pela primeira vez os prefeitos e
gestores públicos dos Municípios da BR-222 (Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel
Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins) numa iniciativa inédita da Agenda 21 para
discutir uma plataforma de desenvolvimento sustentável para a região,
resultando na criação do CIDES – Consórcio Intermunicipal Para o
Desenvolvimento Sustentável da BR222, fundado em 26 de abril de 2006.
¨ Oficina de Gestão
de Organizações Sociais, realizada no período de 13 a 16 de dezembro de 2005,
com a participação de 25 integrantes de organizações da sociedade civil que
integram o Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local com o objetivo de
fortalecer o capital social, através da qualificação para gestão.
¨ Seminário
sobre liderança realizado em 11 de julho de 2006, em parceria com o SEBRAE
visando o fortalecer o associativismo e o cooperativismo especialmente no segmento
dos moveleiros, com 20 participantes.
¨ Curso de
Ecologia e Desenvolvimento Sustentável, realizado no período de 25 a 29 de
setembro de 2006, em parceria com o Governo do Estado do Pará através da Escola
de Governo, visando capacitar dirigentes públicos e da sociedade civil em
conceitos básicos de ecologia e sustentabilidade, com 20 participantes.
¨ Encontro de
Integração da Agenda 21 Local, Escola, Juventude e Plano Diretor Municipal,
realizado no formato de seminário, em 30 de janeiro de 2007, visando a
capacitação e consolidar a integração entre os processos da Agenda 21 com o
Plano Diretor, visando estimular as escolas a realizarem suas Agendas 21
Escolares. O evento contou com a participação de uma técnica do Ministério do
Meio Ambiente e de representantes das organizações da sociedade civil local, das
escolas e gestores públicos, com cerca de 90 participantes.
¨ Curso Básico
de Associativismo e Cooperativismo, realizado no período de 26 a 28 de março de
2007, em parceria com o Governo do Estado do Pará, através do PIT-Pará Programa
de Inovação Tecnológica, visando capacitar 35 participantes para o exercício do
associativismo e do cooperativismo.
¨ Oficina de
Comunicação Popular, realizada no período de 27 de junho a 01 de julho de 2007,
em parceria com o Ponto de Cultura ComVida, envolvendo as organizações da
sociedade civil local, com 26 participantes, capacitados em tecnologia da
informação e da comunicação, especialmente na produção de material em áudio.
¨ Curso de
Planejamento Territorial, realizado no período de 10 a 14 de setembro de 2007, com
o objetivo de capacitar conselheiros e membros do Fórum de Desenvolvimento
Local, do Planejamento Territorial Participativo e de Conselhos Municipais
setoriais, realizado em parceria com o Governo do Estado, através da Escola de
Governo, com 40 participantes.
¨ Reunião com
o Setor Produtivo Pró-Município Verde, realizada em 28 de março de 2008, na Quadra
Polivalente, sob coordenação do CIDES e da Agenda 21 Local, com mais de 600
participantes da população, produtores rurais, empresários e gestores públicos
locais, visando discutir a crise socioeconômica e ambiental que a região está
passando e pactuar passos para superar essa situação. Nesse encontro onde foi
consolidada a Visão de Futuro, a decisão de organizar um grande seminário
envolvendo os demais Municípios da Região da BR-222 e os órgãos públicos
federais e estaduais.
¨ Seminário
Reflorestamento e Alternativas para o Desenvolvimento da BR-222, realizado em
12 de abril de 2008, com mais de 500 participantes, representantes dos diversos
segmentos sociais (produtores rurais, empresários urbanos, comerciantes,
gestores públicos, estudantes, cidadãos em geral), com representação dos
Municípios da BR-222 (Dom Eliseu, Rondon do Pará, Abel Figueiredo, Bom Jesus do
Tocantins e a adesão de Ulianópolis), visando debater a crise ambiental e
econômica da região e pactuar com os órgãos públicos Federais e Estaduais
propostas para o desenvolvimento sustentável regional. O seminário teve a
representação e participação do Ministério do Meio Ambiente – Departamento de
Florestas; da Secretaria de Estado de Meio Ambiente – SEMA; da Secretaria de
Estado da Integração Regional – SEIR; do Instituto de Terras do Pará – ITERPA;
da Secretaria de Estado da Agricultura – SAGRI; da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA; da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA; do
Centro de Pesquisa do Paricá – CPP; da Vale Reflorestar; do Instituto Nacional
de Meteorologia – INMET; e outras instituições públicas regionais. Na ocasião,
além de diversos outros acordos estabelecidos, foi assinado o Convênio entre o
Município de Rondon do Pará e a SEMA visando formalizar a Descentralização da
Gestão Ambiental Municipal. No Anexo 73 estão o registro fotográfico, a Lista
de Presença, a Ata e cópia do cartaz e folder do Seminário.
¨ Curso de
Elaboração de Projetos para Captação de Recursos, realizado no período de 18 a
22 de agosto de 2008, em parceria com o SEBRAE, com 35 participantes.
A meta foi
realizada satisfatoriamente, com a variação de alguns temas para adaptar às
demandas do Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local e da comunidade, em
atividades com formato de seminários, minicursos e oficinas. Não foi necessário
realizar o Seminário de Transição de Governo, uma vez que o Prefeito foi
reeleito e a sua equipe teve continuidade de gestão.
10. META 6 - PROMOVER A
CONFERÊNCIA MUNICIPAL PELO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DE RONDON
A
Conferência Municipal Pelo Desenvolvimento Sustentável de Rondon foi pensada
como o momento em que o Fórum prestaria contas à comunidade das atividades que
realizou e apresentaria para apreciação e legitimação o Diagnóstico Socioambiental
Local e o Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável de Rondon, como
mecanismo de comprometimento de todos os setores da sociedade com a Agenda 21
Local. O indicador objetivo seria a realização da própria Conferência e 70 mecanismos
de divulgação que não ficaram especificados adequadamente no plano de trabalho
do projeto. O indicador qualitativo seria o referendo da população ao
Diagnóstico e ao Plano Estratégico, legitimando seu conteúdo e gerando
compromisso com os participantes do processo.
Foram
realizadas duas Conferências Municipais e duas Audiências Públicas, como
mecanismo de apresentação e referendo do Diagnóstico Socioambiental e do Plano
Estratégico. Um amplo processo de divulgação e comunicação aconteceu através de
parceria com a Rádio comercial Rondon FM e a Rádio Comunitária ComVida FM. Um
‘Pit Stop’ de Mobilização foi realizado no dia 14 de março na
principal avenida da cidade, com carro-som, transmissão ao vivo e distribuição de
folhetos de divulgação, convocando a população para participação no processo.
A primeira
Audiência Pública aconteceu dia 30 de março de 2006, com mais de 750
participantes, demonstrando a vitalidade da participação popular no
processo, realizada com o objetivo de apresentar o Plano de Ação integrando os
processos da Agenda 21 Local com o Plano Diretor Municipal, os próximos passos
do processo, o calendário de atividades e os princípios do desenvolvimento
urbano e rural sustentável. Foram apresentados e referendados os membros do
Núcleo Gestor Local Núcleo
Gestor Local – NGL, que sucedeu o Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local,
com o objetivo de coordenar o processo de elaboração do Plano Diretor
Municipal, constituindo-se como instância deliberativa de condução do processo.
Também
foi feito o lançamento oficial da Campanha “Povo Desenvolvido é Povo Limpo”.
A segunda
Audiência Pública foi realizada dia 28 de agosto de 2006 (Anexos 13 14), com
mais de 500 participantes, onde foram apresentados o Diagnóstico Socioambiental
e o Plano Estratégico de Desenvolvimento, debatidas e homologadas as propostas
e definidos critérios para composição de delegados à I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Sustentável, cuja missão será fazer a homologação final da
proposta a ser enviada à Câmara de Vereadores para tornar o Plano Estratégico
em Lei Municipal.
A primeira
Conferencia Municipal de Desenvolvimento Sustentável, convocada através do Decreto no. 115/2006 foi realizada em 05 de
setembro de 2006, regulamentada pelo Regimento Interno, com a participação de 75
delegados representando os vários segmentos da sociedade, onde foi apresentada
e aprovada a Matriz contendo o Diagnóstico com a leitura da realidade municipal,
e as propostas de Objetivos, Diretrizes e Ações para o Plano Estratégico de
Desenvolvimento Sustentável; discutida e aprovada a composição do
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano - CMDUS - que deverá substituir e
dar continuidade a missão do Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local e do
Núcleo Gestor Local - NGL. Os delegados foram organizados em Grupos de Trabalho
temáticos para apreciar as propostas de ações do Plano Estratégico, tendo ao
final sido homologado o documento a ser enviado à Câmara de Vereadores para
aprovação como Lei Complementar no. 001/2006.
A segunda
Conferência Municipal de Desenvolvimento Sustentável foi realizada no dia 13 de
julho de 2007, com a participação de 106 delegados, onde foi apresentada,
discutida e pactuada a Agenda de Ações Prioritárias para o Desenvolvimento
Sustentável do Município, que posteriormente foi enviada à Câmara de Vereadores
e aprovada como a Lei Municipal no. 529/2008. Uma explicação mais
detalhada sobre esse processo está contida na Meta 4 deste relatório.
A meta foi
realizada com êxito, cumprindo seu objetivo de ter um referendo oficial e
participativo ao Diagnóstico Socioambiental e ao Plano Estratégico de
Desenvolvimento Sustentável Local.
11. META 7 - PARTICIPAR DE 01 SESSÃO
ESPECIAL PARA DISCUSSÃO E APROVAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO PELA CÂMARA MUNICIPAL
Esta meta
teve como objetivo envolver os vereadores na discussão do Plano Estratégico de
Desenvolvimento Sustentável através de uma sessão especial. Esse objetivo foi
superado, pois a Câmara de Vereadores participou ativamente de todo o processo
de mobilização, discussão e elaboração do diagnóstico e do plano, através de
representantes dos vereadores no Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local e
posteriormente no Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável Urbano.
O Projeto de
Lei Complementar foi recepcionado pela Câmara de Vereadores no dia 20 de
setembro de 2006, após sua aprovação na I Conferência Municipal de
Desenvolvimento Sustentável. Em duas sessões ordinárias, abertas para
participação popular e com repercussão na mídia local, nos dias 2 e 9 de
outubro de 2006 foi discutido e aprovado com apenas três emendas aditivas,
tendo sido sancionado pelo Prefeito Municipal no dia 10 de outubro de 2006 como
a Lei Complementar no. 001, que dispõe sobre o Plano Diretor
Municipal Participativo de Rondon do Pará.
Novas sessões públicas foram
realizadas pela Câmara de Vereadores em 31 de março e 07 de abril de 2008, para
discussão e apreciação do Projeto de Lei com a Agenda de Prioridades do Plano
Diretor Municipal, aprovada por consenso entre os vereadores, refletindo o
processo participativo de elaboração dessa proposta que consolida a Agenda 21
Local, tendo sido aprovada e sancionada pelo Prefeito como a Lei Municipal n.
529, de 09 de abril de 2008.
12. META 8 - PACTUAR PROJETOS
PRIORITÁRIOS COM PARCEIROS IDENTIFICADOS PELOS GT’s E INCLUIR AS ESTRATÉGIAS,
METAS E AÇÕES DA AGENDA 21 LOCAL EM PROCESSOS DE PLANEJAMENTO FORMAL JÁ
EXISTENTES
Essa meta
teve como indicadores objetivos as atividades previstas de pactuar 15 projetos
prioritários com os parceiros e a pactuar a inserção das estratégias, metas e
ações da Agenda 21 Local em planos formais já existentes.
Durante a II
Conferência Municipal de Desenvolvimento Urbano, os delegados foram organizados
em 4 Grupos de Trabalho de acordo com as Diretrizes da Agenda de Prioridades do
Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável, com a missão de propor 16 Ações
Estratégicas prioritárias para pactuação.
Após discussão
as propostas dos Grupos de Trabalho foram aprovadas por consenso pelo plenário
da Conferência, tendo sido pactuadas as 16 propostas a seguir
relacionadas:
Eixo
Temático 1 - Do Desenvolvimento Local:
01 –
Demandar à SEFIN que estabeleça convênio com a Receita Federal afim de que os
tributos recolhidos do ITR sejam repassados automaticamente ao Município,
através do Fundo Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável.
02 – Abrir
novas estradas vicinais e fazer manutenção das atuais, visando o escoamento
adequado da produção.
03 –
Implantar a Agência de Desenvolvimento Local em parceria com as entidades
representativas do setor produtivo como mecanismo para captar recursos e
impulsionar o desenvolvimento sustentável local.
04 – Reestruturar
a Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária, dando-lhe suporte físico e
financeiro para atuar no apoio ao homem do campo.
Eixo
Temático 2 – Da Proteção e Inclusão Social:
01 –
Construir, ampliar, reformar e adequar às unidades escolares da educação
infantil, fundamental, médio e modalidades; na zona urbana e rural, de forma a
assegurar que as escolas tenham condições mínimas adequadas para aprendizagem
dos alunos conforme o PME.
02 –
Implantar, estruturar e fortalecer as ações do Programa Saúde da Família e
atender as metas do programa.
03 –
Realizar atividades de qualificação e inserção profissional das famílias
atendidas nos programas de bolsas, visando sua emancipação e autonomia
financeira.
04 – Buscar
a implantação da Companhia Independente da Polícia Militar.
Eixo
Temático 3 – Da Estruturação e Ordenamento Territorial:
01 –
Atualizar, num prazo de 180 dias a partir da vigência do PDM, o cadastro
técnico municipal, para subsidiar a elaboração da legislação urbanística. Esta
ação deve ser realizada em conjunto com a elaboração ou atualização do cadastro
técnico municipal para servir de fonte de dados para elaboração de estudos e
legislações urbanísticas.
02 – Captar
recursos junto aos órgãos estaduais ou federais para implantação e manutenção
de vias de acesso.
03 –
Realizar estudo de impacto ambiental na área identificada como zona industrial.
04 – Captar
recursos junto aos órgãos afins para implantar aterro sanitário e o sistema de
limpeza pública prevista no Plano de Manejo dos Resíduos Sólidos.
Eixo
Temático 4 – Da Gestão Pública, Democrática e Participativa:
01 – Criar
Banco de Dados integrando as informações geradas por todos os organismos
municipais, estaduais e federais, além de instituições de pesquisa.
02 –
Implantar o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.
03 -
Implantar o programa de adoção do software livre para todos os órgãos da
administração municipal direta e indireta, como mecanismo para combater a
pirataria e economizar recursos com licenças de softwares.
04 -
Constituir um Núcleo de Planejamento e Gestão entre os órgãos da administração
pública direta e indireta.
Para cada
uma dessas ações, também incluídas na Lei Municipal n. 529/2008 - Agenda de
Prioridades foi previsto o responsável pela sua coordenação, parceiros
e prazo para execução, cumprindo assim o primeiro objetivo desta meta.
O segundo
objetivo desta meta trata da inserção das Ações Estratégicas nos Planos formais
já existentes, tais como o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias,
a Lei Orçamentária Anual e os planos setoriais tais como o de Educação, de
Saúde, de Meio Ambiente e de Assistência e Promoção Social. Quando o projeto
foi concluído e este relatório elaborado, esse processo estava se iniciando,
uma vez que a articulação desse passo demandaria um esforço coletivo do agora
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Sustentável, a quem compete
definir os passos para esse procedimento.
13. META 9 - ELABORAR O PLANO
MUNICIPAL DE INTERVENÇÃO EM ÁREAS ALTERADAS, DE FORMA PARTICIPATIVA
Essa meta
previu como atividades adquirir imagens de satélite para subsidiar as
discussões; realizar 02 encontros do GT que atuará na elaboração do Plano em
conjunto com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura (2
encontros); promover 12 reuniões com os proprietários de áreas alteradas para
identificar sua situação e levantar propostas para intervenção e recuperação
(12 reuniões); realizar 01 seminário para identificar alternativas para prática
de manejo sustentável nas áreas alteradas; coletar informações e sistematizar
os dados disponíveis, com serviço de campo e plotagem do mapa; apresentar o
Plano à comunidade – poder público e sociedade civil organizada – através de 01
encontro do GT.
O GT Bacia Leiteira e Agroindústria começou
sua articulação em outubro de 2005, visando realizar um diagnóstico
mais consistente sobre a situação da bacia leiteira do município, tendo
evoluído para uma parceria com o SEBRAE que realizou um curso de capacitação
“Saber Empreender - Leiteiros” no período de 28 a 30 de outubro de 2005 com os empreendedores rurais do segmento.
A partir da consolidação da parceria
com o SEBRAE, o GT utilizando três critérios, definiu como prioritária para
articulação com os empreendedores rurais, a região do Surubiju: por concentrar a
parcela mais expressiva da produção leiteira em propriedades pequenas e médias
(portanto, com alto impacto na renda familiar), por ser uma região de alta
incidência de passivos ambientais com áreas degradadas e por ser a região onde
nasce o principal rio da bacia hidrográfica do Município. Em 18 de julho de
2007 uma reunião com os proprietários rurais dessa região começou a
construção de um Plano de Intervenção que visasse intervir nas áreas alteradas
reinserindo aquelas improdutivas no ciclo produtivo, preservasse as reservas
legais e melhorasse a produção leiteira, consolidando um sistema produtivo
sustentável com impacto na renda familiar rural.
Em setembro de 2008 o SEBRAE concluiu o
Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Leite no Município de Rondon do Pará – Etapa
1, que fortaleceu a identificação da região do Surubiju como prioritária
paras as ações do GT e do SEBRAE e para elaboração do Plano de Intervenção em
Áreas Alteradas, fortalecendo as deliberações do Fórum de Desenvolvimento, do
GT e dos proprietários rurais produtores de leite.
Numa reunião em 18 de março de 2008 com
produtores rurais, na Câmara de Vereadores, convocada pela Agenda 21 em
conjunto com o CIDES, para diagnosticar e discutir alternativas de
enfrentamento à crise ambiental e econômica, chegou-se ao consenso da
necessidade do Município tomar a iniciativa de fazer um Cadastro Ambiental
Rural, nos moldes que Paragominas está implementando como “Município Verde”. Na discussão foi proposto que o Município deveria realizar um
diagnóstico contendo um retrato de toda sua área rural, com um cadastramento
simples das propriedades, que contivesse quatro pontos geográficos, nome e
endereço do proprietário e, por fim um mapa com o mosaico das propriedades
rurais do Município. Houve também entendimento comum da necessidade de elaborar
e pactuar um Plano Municipal de Combate ao Desmatamento, com um micro
zoneamento ecológico-econômico. Essa seria a forma do Município demonstrar pro
ativamente seu compromisso com o combate ao desmatamento e buscar a saída da
crise ambiental e econômica.
Um novo
encontro foi convocado com os produtores rurais, que aconteceu no dia 28 de
março na Quadra Polivalente, com a massiva participação de cerca de mais 600
produtores rurais e cidadãos e cidadãs interessados, em que foi apresentada a
situação, pelo coordenador da Agenda 21 Local. Ao final decidiu-se
convidar os órgãos responsáveis pela gestão ambiental e regularização fundiária
nos Governos Estadual e Federal, com uma ampla mobilização de todos os
segmentos dos Municípios da região da BR-222, para pactuar passos visando
superar a crise ambiental e econômica que a região está imersa. Uma parcela
significativa dos produtores rurais resiste à convocação do Governo para o
recadastramento das propriedades rurais no INCRA, e considera como prioritário
a regularização fundiária e a elaboração do zoneamento ecológico-econômico da
região.
No dia 12
de abril de 2008 aconteceu o Seminário “Reflorestamento e Alternativas para o
Desenvolvimento Sustentável da BR-222”, com a participação de mais
de 500 produtores rurais, cidadãos e cidadãs em geral, prefeitos, vereadores e
gestores municipais, com a presença de representantes do primeiro escalão do
Governo do Estado e de órgãos da administração federal, inclusive do Ministério
do Meio Ambiente. Pela primeira vez o Secretário Estadual de Meio Ambiente vem
ao Município e se reúne com lideranças regionais para pactuar encaminhamentos.
Durante o
evento ficou pactuado com o Governo do Estado que no processo de elaboração do
Zoneamento Econômico-Ecológico que seria feito por macrorregião do Estado, uma
vez que o Ministério do Meio Ambiente rejeitou o Zoneamento Econômico-Ecológico
do Estado, a macrorregião sul-sudeste paraense seria priorizada, além de outras
medidas que foram combinadas com o Instituto de Terras do Pará, Secretaria Estadual
do Meio Ambiente e INCRA.
Contudo, para elaboração do Plano de
Intervenção em Áreas Alteradas, previsto no Projeto da Agenda 21 Local,
considerando as dimensões físicas do Município (mais de 8.000 kms2)
e as limitações de recursos financeiros e humanos, o Grupo de Trabalho optou
por realizar um projeto piloto, definindo uma área menor, prioritária e
estratégica para elaboração do Plano, por conta da intensidade dos impactos
ambientais e da sua relevância para o ecossistema regional e a economia local.
Por outro lado, o CIDES iniciou o processo de captação de recursos para elaboração
de um Plano de Intervenção em Áreas Alteradas de âmbito regional, envolvendo os
5 Municípios da região: Bom Jesus do Tocantins, Abel Figueiredo, Rondon do
Pará, Dom Eliseu e Ulianópolis.
Foi dado a conhecer aos participantes
que a área definida pelo Grupo de Trabalho para o projeto piloto encontra-se na
região conhecida como Surubiju, ao longo da estrada vicinal que acompanha o
trajeto do Rio Ararandeua, do núcleo urbano do Município até sua nascente, num
trajeto de 46 quilômetros, com ênfase no cadastramento e georreferenciamento de
todas as propriedades rurais e na identificação da posição e situação da mata
ciliar e dos usos e impactos em cada uma das propriedades. A área selecionada
como prioritária para elaboração do Plano de Intervenção é justamente onde se
situa a maior parte dos pequenos e médios produtores de leite do Município,
onde o SEBRAE em parceria com a Agenda 21 executa um projeto de fomento à Bacia
Leiteira e onde a Universidade Federal do Pará, também através de parceria com
a Agenda 21 Local executa o projeto “Água e Cidadania para o Desenvolvimento
Local Sustentável das Bacias Hidrográficas de Rondon do Pará”.
Iniciado o Trabalho de Campo, 62
(sessenta e dois) imóveis rurais foram cadastrados, com marcação em GPS do
início e do final da área de cada imóvel, a sede do imóvel, o curral ou ponto
onde é exercida a atividade econômica mais significativa e o trecho de
limitação com o Rio Ararandeua. Houve aplicação de questionários para
levantamento de dados sobre o uso socioeconômico da área e de seus
proprietários. Foram localizadas e identificadas instituições como escolas,
vilas, igrejas, comércios e as pontes presentes na estrada vicinal. Essas
informações foram plotadas cartograficamente em imagem de satélite da região.
Esse processo, tão simples e bastante elucidado, causou forte reação por parte
de produtores rurais que não se dispuseram e mostraram insatisfação em fornecer
as informações solicitadas. Por pouco a equipe técnica não desistiu de
continuar o trabalho até sua finalização.
O Ararandeua é o principal rio da
Bacia Hidrográfica do Município de Rondon do Pará, cuja nascente situa-se no
Estado do Maranhão, a cerca de 40 km da sede do Município, mas tem todo o seu
percurso atravessando o território de Rondon do Pará na direção sudeste-noroeste-norte
e recebe, pela margem direita, vários rios e igarapés de importância
significativa para a composição do que é denominada de “Bacia do Ararandeua”,
afluente da Macro Bacia do Rio Capim.
Quando o
projeto “Rondon do Pará e sua Agenda 21: O Futuro é Aqui” foi concluído, a meta
ainda estava em processamento, não tendo sido concluída a elaboração do Plano
de Intervenção em Áreas Alteradas. Das atividades previstas foram realizados:
02 encontros do GT responsável pela elaboração do Plano em conjunto com as
Secretarias Municipais de Meio Ambiente e de Agricultura; 02 Encontros com
Produtores Rurais; 01 Seminário de Reflorestamento e Alternativas para o
Desenvolvimento Sustentável da BR222; e a sistematização dos dados coletados na
pesquisa de campo “Estudo de Mata Ciliar do Rio Ararandeua na Vicinal do
Surubiju”, com plotagem no Mapa, a partir de imagem satélite adquirida, das
propriedades rurais na área selecionada. Segue anexo o Relatório Técnico
e uma reprodução pequena da imagem de satélite com as informações plotadas. Os
questionários aplicados não foram digitalizados. Seguem anexos os dados da pesquisa disponíveis digitalizados,
tais como os shapes para plotagem no
Mapa e o Memorial Fotográfico dos pontos plotados. O passo final dessa Meta
seria a sistematização das informações com a elaboração de uma Matriz de
proposta do Plano de Intervenção nas Áreas Alteradas da Região do Surubiju,
utilizando dados e informações repassadas pela EMBRAPA e pelo SIPAM e sua
posterior validação com os proprietários rurais da região.
A meta ficou
incompleta, pois o projeto foi concluído sem a realização das 12 reuniões com
os proprietários de áreas alteradas para levantar as propostas de ações que
iriam compor o Plano, e sem a sistematização final e apresentação do Plano para
a comunidade. Essas foram tarefas que
ficaram sob responsabilidade futura do Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano Sustentável e da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio
Ambiente, em conjunto com a Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária.
14. CONCLUSÃO
Panorama
anterior e atual:
Quando começamos a implantar o
Programa de Desenvolvimento Sustentável no Município de Rondon do Pará alguns
aspectos da realidade se sobressaiam, dentre eles a ausência de uma estratégia
orientada por um plano para promover o desenvolvimento local; o isolamento
institucional do Município, que estando localizado no denominado “Arco do
Desmatamento”, não apresentava respostas ou buscava parcerias para enfrentar a
situação do desmatamento e do aumento de queimadas, que a cada dia empurravam
ainda mais o Município para o isolamento sociopolítico em relação às demandas
da sociedade e do mercado globais; ações governamentais fragmentadas,
desarticuladas internamente; e pouca informação qualificada disponível para os
agentes públicos, que também possuíam pouca qualificação técnica para responder
aos desafios.
A Agenda 21 Local foi pensada não como
um “projeto” institucional, mas como um processo de mobilização, de formulação
e de pactuação de ações, em que os diversos atores sociais locais pudessem
interagir pro ativamente com suas capacidades e serem fortalecidos em suas
fragilidades, respondendo como uma orquestra em que cada parte contribui com o
todo e a sinfonia da melodia é ouvida e apreciada por todos.
Durante o processo de construção da
Agenda 21, à medida que a caminhada prosseguia, pudemos notar os ganhos, a
partir das ações executadas e dos impactos produzidos, possibilitando uma nova
dinâmica de interação e relacionamento institucional do Município com outros
atores sociais, políticos e econômicos, dos quais podemos ressaltar o Governo
Federal, especialmente a partir do Ministério do Meio Ambiente; o Governo do
Estado do Pará, especialmente a partir da Secretaria de Estado de Integração
Regional; as instituições financeiras, especialmente o Banco da Amazônia e o
Banco do Brasil; mas também criando uma nova dinâmica política microrregional a
partir da articulação dos Municípios vizinhos para a criação do CIDES –
Consórcio Público Intermunicipal Para o Desenvolvimento Sustentável da BR-222,
assim como também uma nova dinâmica interna, com a articulação de novos atores
sociais referenciados no Fórum de Desenvolvimento Sustentável Local e em seus
sucedâneos, o Núcleo Gestor Local e o Conselho Municipal de Desenvolvimento
Urbano – CMDUS. A capacitação dos agentes públicos e da sociedade civil,
especialmente do setor produtivo, é outro aspecto de alto impacto percebido,
uma vez que anteriormente eram ações isoladas e esparsas, muito centradas na
Assistência Social, e que agora assumem um aspecto mais incisivo no processo
produtivo, especialmente nas vocações locais identificadas, com a produção de
instrumentos qualificados, tais como os mapas georreferenciados e imagens
atualizadas de satélites, que possibilitaram o planejamento de uso do solo.
De forma sintética, os ganhos podem
ser resumidos nos seguintes procedimentos adotados e nos ganhos gerados:
1. Sensibilização
e mobilização da população para participação no processo, chegando a envolver
cerca de 10% da população nas diversas etapas do processo, dando forma a um
processo inédito de participação democrática na deliberação de políticas
públicas no Município.
2. Elaboração
do Diagnóstico Socioambiental Participativo, com levantamento de informações
estatísticas, construção de indicadores e de instrumentos como mapas e dados
georreferenciados, produzindo uma análise socioambiental participativa do
Município.
3. Elaboração
do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável Local, que se tornou na Lei
do Plano Diretor Municipal Participativo, contendo diretrizes e ações
estratégicas para enfrentar as debilidades e alavancar as potencialidades do
Município, partindo das vocações e vetores para o desenvolvimento
identificados, com foco numa visão de futuro da comunidade.
4. Criação
de espaços colegiados de participação popular na elaboração, implementação,
monitoramento e fiscalização da implementação do Plano estratégico, tais como o
Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável, a Conferência
Municipal de Desenvolvimento Sustentável e as Audiências Públicas, entre
outros, previstos na Lei do Plano Diretor Municipal.
5. Capacitação
de lideranças comunitárias, gestores públicos e cidadãos interessados, dos
diversos segmentos produtivos e grupos sociais, gerando na comunidade um
interesse e uma iniciativa do poder público local por organizar ações de
capacitação para o empreendedorismo e o exercício da cidadania.
6. Envolvimento
do setor educacional, escolas e especialmente do Núcleo Universitário nas
reflexões, discussões e formulação de políticas públicas locais.
7. Alavancagem
de um processo de parcerias institucionais que geraram a implantação de unidade
local do SEBRAE; da agência do Banco da Amazônia; de política de Microcrédito
através do Banco do Cidadão; da Política Municipal do Meio Ambiente; da
execução do Projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável pelo Banco do
Brasil; da criação do CIDES – Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento
Sustentável da BR-222; das ações de fortalecimento da Bacia Leiteira e do Polo
Moveleiro regional.
8. A
identificação e emergência de novos atores locais, como os Moveleiros, que
foram organizados numa associação e estão recebendo qualificação para
implantação do Polo Moveleiro; dos Feirantes, que também foram organizados em
associação e que puderam conquistar junto a administração pública municipal e
estadual a reforma do Mercado Municipal; e o fortalecimento dos atores sociais
já organizados, através dos espaços de discussão, de capacitação e de interação
proporcionados pelo processo da Agenda 21 e do Plano Diretor Municipal.
Condições
para que cada meta/atividade tenha sido ou não cumprida:
A Agenda 21 Local é um processo que
varia de acordo com as particularidades de cada lugar onde está sendo
desenvolvido. Em geral, entende-se que é mais importante manter em vista os
princípios do desenvolvimento sustentável do que seguir a metodologia
determinada. Por isso o enfoque sempre esteve no processo, que é pedagógico e
contribui para o amadurecimento social e político da comunidade.
Podemos ressaltar como condições
adequadas para que as atividades pudessem ter sido executadas: o envolvimento
administrativo da Prefeitura e seus agentes, com alto engajamento gerando uma
sinergia que pode ser notada em várias metas que ultrapassaram os objetivos
propostos, especialmente as Metas 1, 2, 3 e 4, que tratam da mobilização e da
participação na formulação das propostas e da capacitação dos atores locais.
Por outro lado, grandes dificuldades
se apresentaram, das quais podemos ressaltar a baixa qualificação técnica dos
servidores públicos e da comunidade em geral, dificultando a concretização de
alguns produtos previstos como o Plano Estratégico de Desenvolvimento e seu
Diagnostico Socioambiental Participativo; além da demora do Ministério do Meio
Ambiente e do Fundo Nacional do Meio Ambiente em responder às demandas por
capacitação para elaboração de instrumentos, como o Plano de Intervenção em
Áreas Alteradas, aliás uma dificuldade sentida nos diversos processos de
construção de Agendas 21 Locais no Brasil, como pudemos perceber nos encontros
promovidos pelo MMA, pelo FNMA e pela REBAL – Rede Brasileira de Agendas 21
Locais.
Expectativas
de continuidade:
Foi criado o arcabouço jurídico e
institucional para a continuidade do processo e a implementação do Plano
Estratégico, através do Plano Diretor Municipal Participativo e da Agenda de
Prioridades, que inclusive se tornaram Leis Municipais e vinculam a ação
administrativa dos gestores públicos, prevendo os seguintes instrumentos para
implementação, monitoramento e avaliação de sua execução, respondendo às
expectativas por continuidade:
¨ O Sistema
Integrado de Informações:
Reúne informações de natureza
imobiliária, tributária, patrimonial, ambiental, socioeconômica e cultural e
outras de interesse para gestão do desenvolvimento municipal, inclusive os
planos, programas e projetos em execução.
A administração municipal deve
instituir um Núcleo Permanente de Planejamento e Desenvolvimento Municipal
responsável por manter atualizado o Sistema Municipal de Informações,
garantindo:
(1) A
padronização, integração e migração dos dados entre os diversos sistemas
existentes na administração municipal e a revisão e adequações necessárias nas
divisões administrativas, a fim de garantir a unicidade e multifuncionalidade
da base de dados do sistema.
(2) O
direito de qualquer cidadão a ampla informação sobre os conteúdos dos
documentos, informações, estudos, planos, programas e projetos, ressalvas as
situações em que seja o sigilo imprescindível para a segurança da sociedade e
do Município.
(3) A
obediência aos princípios da democratização, publicização e disponibilização
das informações, em especial as relativas ao processo de implementação,
controle e avaliação do Plano Diretor Estratégico do Desenvolvimento Municipal
Participativo.
¨ A Coordenação
do processo de implementação do Plano:
A Secretaria Municipal de Ciência,
Tecnologia, Meio Ambiente e Turismo fica designada para coordenar o processo de
implementação do Plano Diretor Estratégico do Desenvolvimento Municipal
Participativo, constituindo em conjunto com a Secretaria Municipal de
Administração, Planejamento e Gestão e demais órgãos municipais, o Núcleo de
Planejamento e Gestão.
¨ O Conselho
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável
Órgão deliberativo em matéria de
natureza urbanística, de política urbana e territorial, composto por 14 membros
representantes da sociedade civil e 07 do poder público, eleitos
democraticamente pelos seus respectivos segmentos. Tem a atribuição de:
(1) acompanhar
a implementação Plano Diretor Estratégico do Desenvolvimento Municipal
Participativo, analisando e deliberando sobre questões relativas a sua
aplicação;
(2) deliberar
e emitir pareceres sobre proposta de alteração da Lei do Plano Diretor
Estratégico do Desenvolvimento Municipal Participativo;
(3) acompanhar
a execução de planos e projetos de interesse do desenvolvimento municipal,
inclusive os planos setoriais;
(4) deliberar
sobre projetos de lei de interesse da política urbana e territorial, antes de
seu encaminhamento à Câmara Municipal;
(5) gerir
os recursos oriundos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Territorial e
Urbano; e, entre outras atribuições;
(6) promover
a pactuação de ações, planos, projetos e programas, entre os diversos atores
sociais, que promovam o desenvolvimento humano, social, econômico, cultural e
ecológico sustentável.
¨ A Conferência
Municipal de Desenvolvimento Urbano e Sustentável
As Conferências devem ocorrer a cada
dois anos, abertas a participação de todos os cidadãos e cidadãs do Município,
com atribuição de:
(1) apreciar
as diretrizes da política territorial e urbana e da política de desenvolvimento
sustentável do Município;
(2) debater
os relatórios anuais de gestão da política territorial e urbana, apresentando
críticas e sugestões; e, entre outras atribuições;
(3) sugerir
à administração municipal adequações nas ações estratégicas destinadas a
implementação dos objetivos, diretrizes, planos, programas e projetos.
¨ As Audiências Públicas
São realizadas sempre que necessário,
com o objetivo de consultar a população sobre as questões urbanas e
territoriais relacionadas a determinada territorialidade, de forma a ampliar o
debate e dar suporte à tomada de decisões do CMDUS, a quem cabe convocá-las.
¨ O Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano
Criado para apoiar a implementação das
ações previstas no Plano, constituído, entre outras fontes, por receitas
provenientes da aplicação dos instrumentos urbanísticos que o Município venha a
adotar.
O principal desafio da comunidade está
na concretização desses instrumentos de implementação, avaliação e
monitoramento da execução das ações previstas no Plano. Como a consolidação
desse processo aconteceu nos quatro anos da administração atual, sendo este um
ano eleitoral, será necessário aguardar até 2009 para que a administração
pública, já com os novos gestores eleitos, em parceria com a sociedade, deem os
passos necessários para consolidação desses instrumentos.
Expectativas
de sucesso/insucesso alcançados:
De todas as dificuldades enfrentadas a
que mais se sobressalta é a cultura do imediatismo, a pouca capacidade de olhar
para o presente a partir da perspectiva do futuro. É essa cultura que gera uma
sociedade que se autoconsome e destrói as possibilidades de realizar plenamente
suas potencialidades. Mas é o sonho que restitui a capacidade de mudar o
ambiente, e falar de Agenda 21 é falar do sonho de realizar plenamente
potencialidades. Talvez a cultura local não tenha sido afetada de forma tão
significativa como deveria ou poderia, mas uma semente foi plantada. Se gerará
frutos ou não só o tempo e a iniciativa de líderes comunitários empreendedores
e gestores públicos democráticos demonstrará.
A continuidade das ações estão
previstas no próprio Plano Estratégico. E os desafios que se apresentam para o
futuro são muitos, entre eles os mais significativos são:
¨ Estruturar
a cadeia produtiva agroflorestal, com a iniciativa do Poder Público local em
parceria com as demais instâncias do poder público e com o setor produtivo,
investindo em reflorestamento, renovação do parque tecnológico da indústria do
setor, e verticalização da produção, minimizando os resíduos através de
processos de reuso e o acesso a mercadores consumidores mais exigentes.
¨ Fortalecer
a produção da bacia leiteira através do forte investimento em capacitação,
melhoramento genético do rebanho, manejo sanitário e de pastagem adequados, com
industrialização do insumo na própria comunidade e recuperação das áreas
degradadas de modo a reinseri-las no ciclo produtivo.
¨ Promover
a qualificação profissional de uma juventude vibrante e empreendedora que
aguarda oportunidades, especialmente com cursos técnicos e superiores focados
na vocação e nos vetores de desenvolvimento regional.
¨ Estruturar
o Polo Moveleiro Eco Sustentável através da criação do Parque Industrial
produtivo de móveis e artefatos de madeira com produção certificada.
¨ Realizar
o Zoneamento Ecológico e Econômico e a regularização fundiária da macrorregião
do sul e sudeste paraense.
¨ Integrar
politicamente os Municípios da região, fortalecendo o Consórcio criado (CIDES)
e integrando os arranjos produtivos regionais de Dom Eliseu, Rondon do Pará,
Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins e Ulianópolis, através de clusters
produtivos.
¨ Fortalecer
os espaços e processos de participação popular na gestão das politicas
públicas, rompendo com a cultura clientelista e estabelecendo a relação cidadã
e protagônica entre o poder público e os cidadãos.
¨ A
administração pública municipal dar sequência ao processo e estruturar os
instrumentos previstos para implementação e monitoramento do Plano Estratégico.
O enfrentamento desses desafios
futuros está previsto no Plano Estratégico através das várias ações pactuadas e
instituídas como Lei Municipal. O cidadão tem à sua disposição os mecanismos
jurídicos para acionar como crime de responsabilidade, caso haja negligência do
poder público. Mas, mais importante do que isso são atitudes e iniciativas
proativas, de pessoas que não ficam esperando que outros façam, mas que
perguntando a si mesmas “o que eu posso fazer pela minha comunidade?”
arregaçam as mangas e exercem seu papel cidadão. Essas, certamente, é que são
as pessoas “imprescindíveis” às quais se referiu o poeta.
15. BIBLIOGRAFIA
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Rondon do Pará, outubro de 2012
Fidelis Paixão - técnico coordenador da Agenda 21 de Rondon do Pará.
Rondon do Pará, outubro de 2012
Fidelis Paixão - técnico coordenador da Agenda 21 de Rondon do Pará.