“E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação da vossa mente, para que proveis qual é a boa, agradável e
perfeita vontade de Deus”. Romanos 12:2
Por esses dias,
viralizou uma imagem de Bolsonaro com apetrechos judaicos, acompanhado do
primeiro-ministro de Israel, pretensamente orando com as mãos sobre o Muro das
Lamentações. Não se vai entrar aqui na questão da territorialidade do local,
nem sobre o alinhamento entre os governos de extrema direita, mas no poder
simbólico da imagem para os evangélicos fundamentalistas de todo o mundo, em
especial os brasileiros, que imediatamente qualificaram a cena como um “Ato
Profético”. Para eles, seria sinal de “benção” para o país, para eles, isso
representaria um alinhamento da política internacional brasileira com os
“propósitos de Deus” para a Nação.
E aqui se afirma
a necessidade de pensarmos em três tarefas necessárias para enfrentarmos nas
próximas décadas, respondendo a questões sobre o papel de um cristão, evangélico, petista e de esquerda no Brasil;
o papel do PT no Brasil em sua relação
com os cristãos evangélicos; e o debate
sobre os desafios dos cristãos, evangélicos, suas Igrejas e Comunidades, engajados politicamente num
projeto de Nação. São questões definidoras do tipo de ação que precisaremos
pactuar durante o I Encontro Nacional de Evangélicos Petistas.
Inicialmente é necessário
pontuar que qualquer análise que relativize, sob qualquer hipótese, a
influência determinante dos evangélicos na vitória de Bolsonaro e na derrota de
Haddad, não encontra base nos fatos numéricos nem nos argumentos qualitativos.
Numericamente
falando, os eleitores evangélicos correspondem a 27% do total de eleitores
brasileiros. Segundo as pesquisas de opinião, na reta final do 2º turno,
Bolsonaro tinha 70% dos votos dos evangélicos. Retiradas as abstenções, brancos
e nulos pontuados, isso representa um contingente total de 19.488.623 de votos
evangélicos despejados nesse candidato, que representaria 33% do total dos seus
votos obtidos. Sem essa expressiva votação evangélica, Bolsonaro não teria os
10.756.941 de votos a mais que Haddad e que lhe garantiram a vitória.
Qualitativamente
falando, é fato conhecido a prática militante que os evangélicos possuem, no
sentido de buscar arrebanhar outras pessoas para aderirem ao seu modo de vida,
impulsionados pela crença no chamado individual de cada cristão a se tornar um
líder e mensageiro da Palavra. Esse fato carece de uma análise mais acuidosa, apontando
para um crescente papel da influência dos evangélicos não apenas no resultado
eleitoral, mas no processo político brasileiro e, ao mesmo tempo, na identificação
de matriz teológica e ideológica que lhes dão essa conformação subserviente aos
sistemas dominantes através de um pensamento conservador de bases, de fato,
anti-bíblicas.
Sobre
o papel de um cristão, evangélico, petista e de esquerda no Brasil
“Porventura não é este o jejum que
escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo
e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?” Isaías 58:6
Os cristãos
fundamentalistas costumam ressaltar como maior marca de sua vida cristã a
“santidade”, esse é um conceito que vem sendo trabalhado diuturnamente,
especialmente nas igrejas pentecostais e neopentecostais, oriundas de uma
teologia de base puritana. A esse conceito, os cristãos com uma visão crítica
da sociedade, do evangelho e do mundo, contrapõem o conceito de “justiça”. E
por muito tempo se perdura o embate entre os “santos” e os “justos”, ambos
assentados em suas razões e visões teológicas, com dificuldade de dialogar
entre si e, cada um, em sua devida medida, com razão sobre parte do que creem e
ensinam.
Da nossa parte,
só é possível quebrar esse paradoxo estabelecido, se conseguirmos aliar nossa
reflexão crítica e análise política com um estilo de vida engajado com os mais
pobres, com as comunidades que sofrem, com os excluídos, motivados e partícipes
do processo de transformação no dia-a-dia da vida das pessoas e do sistema
social excludente brasileiro. Sermos apenas “porta-vozes” da razão,
“anunciadores” de uma palavra descomprometida com uma práxis, não nos credencia
a enfrentar o pesado jogo oculto que se estabeleceu para arrastar o evangelho e
a igreja para os valores do presente século, facilmente identificados com o
estilo de vida consumista, individualista e arrivista que o evangelho tem
assumido no Brasil.
Nesse sentido,
nosso papel é viver em comunidade o evangelho que cremos. Disso decorrerá uma
dificuldade que tem se apresentado que é: como continuar convivendo num ambiente
onde prolifera um discurso fascista, arrivista e oportunista, conforme estamos
presenciando na maior parte das igrejas? A resposta certamente dependerá da
disposição e ânimo individual, pois alguns vão preferir se juntar e criar ou se
integrar a comunidades que vivem de forma mais coerente o evangelho da comunhão
e da inclusão, já outros preferirão permanecer no ambiente onde foram criados,
enfrentando internamente as resistências, e para esses a única alternativa será
aprofundar um estilo de vida engajado não apenas discursivamente, mas numa
práxis de fato transformadora.
Somos nós que
diremos às nossas igrejas e comunidades qual é o sentido bíblico do
“profético”, que atos proféticos não eram aqueles praticados pelos Reis e
Sacerdotes, mas pelos Profetas que em geral eram comprometidos com a dor, o
sofrimento e a injustiça sofrida pelo povo, enfrentando em sua maioria a fúria
do sistema político e religioso oficial, a exemplo do profeta Jeremias e dos
apóstolos de Jesus. Somos nós que disputaremos dentro de nossas comunidades o
sentido bíblico do evangelho de Jesus Cristo como um evangelho de inclusão, de
comunhão, de transformação de vidas e de estruturas sociais, econômicas,
políticas, sociais e religiosas. Somos nós que confrontaremos líderes, pastores,
sacerdotes, falsos profetas e religiosos que se aproveitam da ingenuidade, da
boa-fé, da necessidade e das fragilidades das pessoas para extorquirem seus
valores econômicos e culturais. Somos nós que anunciaremos a construção do
Reino de Deus e nele estaremos engajados.
De forma
semelhante, complementar e interativa, é nosso papel dizer ao partido qual deve
ser sua postura no relacionamento com o segmento evangélico cristão,
resguardando alguns princípios basilares que encontram fundamento bíblico, tais
como a laicidade do Estado, o respeito às demais tradições e crenças, a
liberdade de expressão, pensamento e confissão de fé, as políticas públicas de
inclusão e construção de sociedades justas, equitativas, solidárias e
sustentáveis, além, é claro, de agirmos profeticamente alertando, denunciando e
chamando de volta ao caminho da justiça, quando o partido ou seus líderes se
desviarem desses valores. Não somos portadores de ícones ou ídolos, temos
referências em líderes, mas preservamos o princípio da autonomia humana, somos
sabedores bíblicos que a humanidade caiu e, portanto, qualquer pessoa humana é
suscetível a desvios de condutas, a erros, que devem ser tratados da forma como
Jesus nos ensinou: com amor e chamado ao arrependimento.
Sobre o papel do PT no Brasil em sua
relação com os cristãos evangélicos
“Ele defendeu a causa do pobre e do necessitado, e, assim,
tudo corria bem. Não é isso que significa conhecer-me? Declara o Senhor.” Jeremias 22:16
Se o PT deverá
manter sua definição pela organização dos evangélicos filiados ou simpatizantes
em Núcleos, criando ou não uma estrutura nacional específica para lhe dar
suporte, assim como a definição do seu papel, partindo do acúmulo já iniciado
em 2015 e sistematizado no documento “Sobre o Núcleo de Evangélicos do PT”, essa
será uma questão certamente tematizada e que precisará de respostas neste I
ENEPT, sob o risco desse segmento da população seguir ao largo das propostas e
mensagens do partido, aprofundando um fosso que gerou tanta rejeição nesse
processo eleitoral.
Ao não
priorizar a estruturação de uma instância que fortaleça a organicidade de seus
filiados cristãos evangélicos, poderá manter ou aumentar esse fosso; por outro
lado, a criação de uma instância desse tipo possibilita o risco do partido se
perder do seu projeto laico ou se tornar num ambiente de disputas por conceitos
e identidades religiosas, ou, ainda mais, se tornar refém de um segmento que
poderá se valer de sentimento corporativista para apoderar-se de espaços e
políticas públicas privilegiadas, cenários que não são desejáveis em nenhum
sentido.
A melhor forma
de encarar essa tarefa de promover o diálogo, a interação e exercitar uma
benéfica influência mútua entre o partido e o público cristão evangélico é
potencializar a organização interna desse público, partindo de princípios
basilares e com propósito(s) bem definido(s). Os princípios já foram anunciados
acima, dos quais se ressalta a laicidade do projeto partidário, sempre com a
clareza de que ser laico não significa deixar de reconhecer a importância,
respeitar e dialogar com os movimentos religiosos ou de cunho espiritual,
protegendo o direito de livre organização e manifestação da fé em suas
diferentes tradições; sobre o(s) propósito(s) de uma organização desse tipo,
torna-se desejável que sua missão seja promover o diálogo, a formação política
e a ampliação da base social comprometida com o projeto de Nação apresentado
pelo partido.
Dessa forma,
uma organização partidária deve fugir das tradicionais dinâmicas de disputas
internas por espaço, geralmente promovidas pelos setores partidários
organizados, e se propor a uma missão maior, ao cercar-se das diferentes
tradições de fé no próprio segmento cristão evangélico, promover sínteses em
interação com o projeto partidário, apontando rumos não para as organizações religiosas
em si, mas rumos para a Nação, consolidando em políticas públicas, princípios e
valores que compartilhamos de promoção da equidade, da justiça, da tolerância,
enfim.
Não cabe, neste
momento histórico, a timidez, o recuo ou o lamento. Podemos nos inspirar,
inclusive, na forma como o movimento wesleyano tem influenciado durante décadas
o Partido Trabalhista Inglês, inclusive como uma corrente de formação de
opinião para as decisões partidárias. Quando líderes políticos evangélicos
brasileiros apoiaram Lula ou o PT, estavam fazendo apenas uma aliança tática,
muitos membros da direção partidária se iludiram com isso, era apenas uma
questão conjuntural, pois o fermento ideológico, anti-esquerda, pró-american way of life, já estava
levedando a massa desde décadas anteriores. Daí a importância e a necessidade
de organização de uma instância partidária dos cristãos evangélicos no partido.
Os desafios dos cristãos, evangélicos, suas
Igrejas e Comunidades, engajados politicamente num projeto de Nação
“Assim diz Yahweh, o Eterno e
Soberano Deus: Ai dos pastores de Israel que só cuidam de si mesmos! Porventura
a missão dos pastores não é zelar pelo rebanho? Entretanto, comeis a
coalhada e vos vestis da lã; e ainda matais os melhores e mais robustos animais,
mas desprezais o cuidado do rebanho. Não fortalecestes a ovelha fraca,
não curastes a doente, não enfaixastes a ferida, não trouxestes de volta as
desgarradas nem buscastes as perdidas; pelo contrário, tendes dominado sobre
elas com tirania e brutalidade.” Ezequiel 34:2b-4
No decorrer da
história humana, homens e mulheres imbuídos de uma mensagem profética, de um
profundo amor pelos seus semelhantes e comprometidos com o evangelho do Reino
de Deus, se tornaram referência em processos de transformação de suas
comunidades e Nações, tais como John Wesley e sua geração de discípulos que
lutou arduamente pelo fim da escravidão, das rinhas de galos, das jogatinas
públicas, que alfabetizaram crianças e seus pais operários naquilo que chamaram
de Escola Bíblica Dominical e que posteriormente foi desvirtuado pela
institucionalidade religiosa no modelo atual; como Marthin Luther King, pastor
batista e maior referência da luta pelos direitos civis nos tempos modernos,
que sacudiu sua Nação contra o apartheid; como Cornelia “Corrie” Ten Boom, da
Igreja Reformada Holandesa e que foi participante ativa da luta contra o
nazismo, quando muitos líderes cristãos se calavam ou aderiam às atrocidades do
regime hitlerista; enfim, tantos outros podem ser citados, desde São Francisco
de Assis, passando por Wilberforce, Desmond Tutu e uma infinidade de
referências, inclusive no Brasil, que não se curvaram aos ídolos do presente
século, mas mantiveram a coerência e integralidade entre sua fé e sua vida
cidadã.
De forma
semelhante podemos nos referir a comunidades de fé que expressaram uma vivência
integral daquilo que criam, organizando trabalhadores, camponeses, fortalecendo
lutas sociais por seus direitos, denunciando profeticamente estruturas de
opressão, tais como os Morávios e sua integralidade de fé; os Anabatistas e sua
arraigada crença na separação entre Igreja e Estado; os Valdenses e Huguenotes e sua defesa dos
camponeses contra a tirania dos Príncipes e do Estado; os incontáveis membros,
lideranças e igrejas brasileiras que resistiram, sob perseguição, aos anos de
chumbo da Ditadura Militar, dentre os quais podemos nos referir aos que se
envolveram na construção da Confederação Evangélica do Brasil (CEB) e nas
Comunidades Eclesiais de Base, entre tantos outros; enfim, não nos faltam
exemplos de como a mensagem bíblica contribuiu para a construção de um mundo
melhor. E é desses exemplos que nossas Comunidades de Fé atuais devem beber.
É bom
relembrarmos que Deus não tinha um projeto monárquico para o seu povo, que Deus
não queria Reis nem hierarquia sobre o seu povo, que seu modelo de governo era
local e comunitário, baseado nos seus princípios e na sabedoria popular que se
revelava no conselho de anciões. O apelo ao Direito divino para que tronos e
linhagens se estabelecessem já foi um fenômeno posterior, recurso da ideologia
para controle do povo e perversão dos propósitos de Deus.
Não cabe ao
partido dizer o que uma Comunidade de Fé deve ser, isso é nossa tarefa como
cristãos engajados, mas cabe ao Partido possibilitar sim essa reflexão entre
seus membros, disponibilizar estrutura para formação política, cabendo a essas
Comunidades de Fé se tornarem parte do Projeto de Nação, num movimento de
influência recíproca baseadas nos valores do Reino de Deus.
Como entender nossa tarefa nesse quadro de
disputa cultural e ideológica
“Porquanto não há nada oculto que não venha a ser revelado, e nada
escondido que não venha a ser conhecido e trazido à luz.” Lucas 8:17
Não deveria ter
nos assustado tanto o fenômeno conservador que se manifestou até ao ponto do
fascismo nas igrejas evangélicas nesses últimos tempos, diante da carga
ideológica que foi lançada sobre suas costas durante tantas décadas,
inicialmente pelo protestantismo oficial norte-americano a serviço da Guerra
Fria e, num segundo momento, pelo fenômeno também originado naquele país do
neopentecostalismo, dos televangelistas e da teologia da prosperidade, a partir
dos anos 80.
Quem não se
lembra de Jimmy Swaggart chorando no seu bilionário programa televisivo,
durante o governo Reagan, relatando o “sonho profético, dado por Deus em forma
de visão”, em que via campos de trigos floridos dos EUA sendo devastados por
armas nucleares russas, no que ele denominava de Armagedon em iminência de
acontecer?! A membresia das Assembleias de Deus foi forjada debaixo desse jugo
teológico-ideológico, enquanto os EUA invadiam países, matavam pessoas,
perseguiam lideranças de esquerda, justificados por uma visão teleológica a
serviço do mercado.
Não muito tempo
depois, Swaggart foi desmascarado em seu discurso de falsa moralidade,
exatamente como tem acontecido no Brasil com uma quantidade incontável de
arautos da falsa moralidade pública e ética, exatamente porque esse é o papel
da ideologia, mascarar. Mas sabemos a verdade bíblica de que nada que está
oculto permanecerá sem ser revelado.
É ingenuidade
desconhecer o papel da ideologia para mascarar e ocultar interesses de poder,
de opressão de classes e de acúmulo de riquezas, sob o manto da liberdade, da
legalidade, da religiosidade, forjando uma realidade virtual bem ao gosto dos
irmãos Wachowski (Matrix), cumprindo bem o papel de manutenção de poder das
classes dominantes. Os profetas bíblicos bem sabiam disso, como Ezequiel que denunciou
a abominação cometida pelos sacerdotes no Templo às escondidas do povo.
Nossa tarefa
não é fácil nem pequena. Quantos de nós, desde crianças, não ouvimos em nossas
Igrejas as histórias dos valorosos pregadores da Palavra de Deus, geralmente
norte-americanos, perseguidos pelos atrozes ateístas da Rússia Comunista e seus
aliados? Quantos de nós não ouvimos que deveríamos nos “separar do mundo”, o
que gerou um estilo de vida arraigado na separação do conjunto da cidade, da
escola e das organizações “seculares” e de um cotidiano alienado que
privilegiava somente aquilo que era considerado “espiritual”, geralmente
associado a atividades interna corporis
da igreja? Quantos de nós não aprendeu na infância a musiquinha que dizia que
este mundo iria pegar fogo e nós iríamos morar no céu, fomentando uma atitude
utilitária e de descarte baseada na distinção entre o ambiente natural e o
cultural, com uma relação baseada na dominação tirânica e no controle humano sobre
os animais e a fauna? Quantos de nós não crescemos aprendendo que Abraão era um
homem “abençoado” por ter muitos bens, animais e tesouros, ao passo que a
pobreza era sinônimo de ausência de Deus e de bênçãos divinas? Quantos de nós
não cresceu tendo como heróis Daniel Boone e sua imposição cultural sobre os
“aborígenes”, ou do Super Man, da Mulher Maravilha, do Capitão América, como
símbolos da bondade e da justiça automaticamente associados ao estilo de vida
norte-americano?
O que não nos contaram
é que todo esse quadro ‘matrixiano’ era minuciosamente planejado nas pranchetas
das Corporações que lucraram com a Guerra Fria e continuam lucrando com a
máquina de guerra, numa geopolítica em
que a nós é reservado o papel apenas colônia, quintal, área de influência para
fornecimento de matéria-prima barata! E é sobre essa herança cultural que
estamos lutando nos dias atuais.
É a partir da
compreensão desse cenário, dessa herança, que devemos traçar as linhas e
estratégias de nossas ações de formação política como elemento-chave para a
disputa ideológica e a consolidação dos valores do Reino de Deus que se
contrapõem à máquina beligerante de guerra, ao consumismo como critério para a
felicidade, ao dualismo que separa a cultura do natural e o humano do
sobrenatural, ao arrivismo como meta de vida, ao individualismo competitivo que
fundamenta uma vida social artificial em que a solidariedade se perde em
momentos formais de alívio de uma consciência pesada. É somente a partir do
nosso compromisso com o Evangelho da Graça, com o Deus do Amor, da Misericórdia
e da Justiça, que seremos iluminados para essa missão que nos propomos a
consolidar.
Temos o desafio
de inaugurar imediatamente um debate sobre métodos para estudo popular e
coletivo da Bíblia, podendo partir do método “ver-julgar-agir”, incluir
temáticas atuais e desafiadoras, tais como uma visão fundamentada biblicamente
sobre ecologia e meio ambiente, sobre protagonismo juvenil e feminino, sobre
direitos humanos, racismo e afirmação dos direitos das minorias, além das
questões já assentadas sobre economia, trabalho digno e justiça equitativa,
entre tantos outros.
Cabe-nos,
portanto, fazer o bom combate da fé alicerçada na Palavra do Verbo que se fez carne
e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, enfrentar a disputa
ideológica denunciando esquemas que geram a morte e profetizando vida sobre o
Vale de ossos secos no qual o Brasil está sendo transformado.
“Fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável
ao Senhor do que oferecer-lhe sacrifício.” Provérbios 21:3
São
Paulo, 5 e 6 de abril de 2019
Esse
texto-base visa estimular a reflexão e foi apresentado no I ENEPT - Encontro Nacional de Evangélicos Petistas, subscrito pelas pessoas abaixo. Mais informações através
do e-mail fidelispaixao@yahoo.com.br
Assinam:
Fidelis Paixão (Pará)
Carlos Paixão (Maranhão)
Luís Sabanay (Santa Catarina)
José Barbosa Jr. (Minas Gerais)
Neivia Lima (Bahia)